População e Sociedade
A população é o conjunto de pessoas que residem em determinado território, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser classificada segundo sua religião, nacionalidade, local de moradia (urbana e rural), atividade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições de vida retratados através de indicadores sociais – taxas de natalidade, mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.
Nesta unidade, é importante não confundir população com nação, que é um conjunto de pessoas que possuem a mesma história e estão inseridas em um mesmo padrão cultural. Assim, a população de um país pode conter várias nações, como é o caso de diversos países da África, onde os colonizadores europeus estabeleceram as atuais fronteiras em função dos próprios interesses econômicos e geopolíticos. É comum também que uma nação esteja dividida em dois ou mais países, compartilhando o território nacional com povos de outras nações, o que comumente termina em divergência de interesses e sérios conflitos. Essa é a base do verdadeiro genocídio ou extermínio físico entre as tribos, que frequentemente assola a África, e dos movimentos separatistas do Leste Europeu – ex-Iugoslávia e extinta União Soviética.
É importante ressaltar ainda que em uma dada população, mesmo que as pessoas tenham idéias comuns e formem realmente uma nação, há grandes contrastes no que se refere à participação dos habitantes na renda nacional, ou seja, existem as classes sociais, e daí surge a necessidade da ação do Estado para intermediar os conflitos de interesses. Em países desenvolvidos, as diferenças econômicas são atenuadas através do acesso da população de baixa renda a sistemas públicos eficientes de saúde, educação, transporte, moradia e lazer, o que é possível graças a um sistema tributário de cunho distributivo. Já nos países subdesenvolvidos, o Estado costuma estar a serviço dos interesses privados de uma minoria da população e os serviços públicos são relegados a último plano.
Quanto mais acentuadas as diferenças sociais, maior a concentração da renda, maiores as distâncias entre a média dos indicadores sociais de população e a realidade em que vive a maioria dos cidadãos. Por exemplo, a expectativa de vida de um brasileiro não corresponde à média do país contabilizada no censo de 1991 (66 anos), mas à média obtida segundo sua faixa de renda. Quem recebe mais de dez salários mínimos terá uma expectativa de vida superior – 71,5 anos – à de quem vive com até um salário mínimo – 54,8 anos – e não consegue sequer se alimentar de forma digna. Ou, ainda, se a taxa de natalidade de um país for alta, é necessário considerar o que está acontecendo nas suas diferentes regiões ou classes sociais: os pobres costumam ter mais filhos que os ricos.
Portanto, diante de uma tabela contendo quaisquer indicadores sociais de uma população, temos de levar em conta a forma como está distribuída a renda do país para podermos avaliar a confiabilidade da média obtida.
Quando nos referimos à população de um território, podemos considerar os conceitos de populoso ou povoado, o que envolve a noção de população absoluta – número total de habitantes – e relativa – habitantes por quilômetro quadrado. Um país é considerado populoso quando o número absoluto de habitantes é alto. Por exemplo, o Brasil é o quinto país mais populoso do planeta, com cerca de 155 milhões de habitantes, mas pouco povoado, pois possui apenas 17 hab/km2. Porém, quando a análise parte do pressuposto que interessa, ou seja, da qualidade de vida da população, esses conceitos devem ser relativizados. Os Países Baixos, apesar de apresentarem uma população relativa alta – 429 hab/km2 -, possuem uma estrutura econômica e serviços públicos que atendem às necessidades dos seus cidadãos e não podem, portanto, ser considerados um país superpovoado. Já o Brasil, com uma baixa população relativa, é “muito povoado”, devido à carência de serviços públicos, de empregos com salários dignos, habitações, etc. Nesse contexto, em última instância, o que conta é a análise das condições socioeconômicas da população, e não a análise demográfica.
O Crescimento Populacional ou Demográfico
Em outubro de 1999, a população mundial chegou a 6 bilhões de habitantes. É um numero impressionante, principalmente se pensarmos que o planeta teve seu primeiro bilhão de seres humanos em 1800, o segundo em 1925 e o terceiro em 1958.Segundo projeções realizadas pela ONU, mantendo o mesmo ritmo de crescimento em 2025 o mundo terá 8 bilhões de habitantes.
O crescimento demográfico está ligado a dois fatores: o crescimento natural ou vegetativo, que corresponde à diferença entre nascimentos e óbitos verificada numa população, e a taxa de migração, que é a diferença entre a entrada e a saída de pessoas de um território. Considerando essas duas taxas, o crescimento populacional pode ser positivo, nulo ou negativo.
Primeiros conceitos
População - um conjunto de habitantes que vivem em um determinado lugar.
A geografia da população dá especial atenção à utilização dos dados numéricos.
A população absoluta - é o total de habitantes de uma área. Quando um lugar possui uma elevada população absoluta, dizemos que é Populoso.
Países mais populosos do mundo
O país mais populoso do mundo é a China, com mais de 1,27 bilhões de habitantes, seguida pela Índia que também já ultrapassou a casa de 1bilhão de habitantes.
A Índia é o país que mais contribui para o crescimento da população mundial, sendo responsável por 21% do incremento anual no numero de habitantes.
Na china, a ação do governo instituiu a “ política do filho único” por casal, como forma de reduzir o ritmo da sua população. Aqueles que não cumprem a meta estabelecida recebem punições, como pagamento de taxas e a falta de gratuidade em muitos serviços básicos, como a educação do segundo ou do terceiro filho.
Países mais populosos (em milhões de habitantes)
País População em 1999 País População em 2025
1º China | 1.256 | 1º Índia | 1.529 |
2º Índia | 982 | 2º China | 1.478 |
3º Estados Unidos | 274 | 3º Estados Unidos | 349 |
4º Indonésia | 206 | 4º Paquistão | 346 |
5º Brasil | 166 | 5º Indonésia | 312 |
6º Paquistão | 148 | 6º Nigéria | 244 |
7º Rússia | 147 | 7º Brasil | 244 |
8º Japão | 126 | 8º Bangladesh | 213 |
Fonte: ONU, 1999.
No Brasil podemos encontrar boa parte de sua população concentrada nas capitais, por essa razão estes municípios são os mais populosos.
Os Municípios Brasileiros mais populosos
Município População Estado
São Paulo 9.931.038 SP
Rio de Janeiro 5.577.141 RJ
Salvador 2.218.962 BA
Belo Horizonte 2.079.280 MG
Fortaleza 1.768.637 CE
Brasília 1.705.889 DF
Curitiba 1.386.692 PR
Recife 1.322.403 PE
Fonte: IBGE
Conceito e Fórmula
População Relativa ou Densidade Demográfica
consiste numa noção numérica onde o quociente é a população absoluta de um lugar e a sua área, representado pela fórmula abaixo:
Pa
DD = -------------------------------------
Área (Km2)
Quando um lugar possui uma elevada população relativa, dizemos que; e Povoado.
Distribuição espacial da população
Esse enorme contingente populacional espalha-se não uniformemente pelos cinco continentes: há exemplo, regiões de grande concentração populacional com alta densidade demográfica, veja as mais populosas do planeta.
Ásia das monções ou sudeste asiático
É a maior aglomeração populacional do mundo, incluindo: China, Índia, Japão, Indonésia, Bangladesh e Paquistão. Esta região é conhecida como “formigueiro humano”, pois metade da população mundial está ai concentrada, sobre tudo nos vales e planícies.
Europa Ocidental
Constitui uma das áreas mais povoadas do mundo, sendo formada por países de reduzida dimensão territorial. Trata-se de uma das mais importantes regiões urbano-industriais do mundo.
Importante
.
- Subcontinente Indiano abrigando 20% da população do planeta.
- Noroeste da Europa onde vive 7% da população mundial.
- Nordeste do EUA correspondente a cerca de 2/3 da população americana.
A Distribuição Geográfica da População Brasileira
- A população Brasileira tem uma distribuição geográfica bastante irregular, apresentando um grande contraste entre a Fachada Atlântica, com grande concentração populacional e o interior do país, muito extenso porém pouco ocupado.
- Como explicar essa situação?
- A condição de ex-colônia e a conseqüente dependência econômica e necessidade de contato com o exterior;
- Concentração das principais atividades econômicas e da urbanização na porção oriental do país.
- Áreas de maior concentração populacional: Zona da mata Nordestina (PB/PE/AL), Recôncavo Baiano, Centro do Sudeste.
-O mapa abaixo mostra claramente a concentração da população brasileira na parte mais oriental do seu território nacional, pois a maior parte da população está concentrada em cidades litorâneas. A exceção desta regra é visualizada em capitais dos estados com maior densidade demográfica, exemplo: Minas Gerais.
A OCUPAÇÃO HUMANA DO PLANETA
Os cerca de 6 bilhões de habitantes do planeta estão distribuídos de forma irregular na superfície terrestre.
As razões básicas dessa irregular distribuição são:
Naturais, Histórico-Culturais e Econômicas que favorecem ou dificultam a ocupação humana do espaço.
As razões Naturais estão ligadas aos aspectos do clima, do relevo, da hidrografia, da vegetação, do solo e do subsolo de um lugar. As áreas mais favoráveis à ocupação humana são ecúmenas: as de climas temperados e tropicais, as planícies, os vales e deltas fluviais e as de solos férteis. Já as áreas desfavoráveis são as anecúmenas: as regiões polares, os desertos, as altitudes, etc.
No caso das razões Histórico-Culturais podemos caracterizar os espaços geográficos tanto do ponto de vista histórico de sua ocupação bem como pelo grau de organização espacial e aplicação das técnicas de exploração das riquezas.
As razões Econômicas são em geral as mais importantes. Uma economia em crescimento exerce atração sobre a população.
Já uma economia estagnada ou em declínio provoca uma queda na concentração populacional.
Saiba Mais
A irregular ocupação do espaço pelo homem é resultado da conjugação dos fatores Naturais, Histórico-Culturais e Econômicos.
Revolução agrícola – processo de sedentarização do homem, domínio da agricultura. Fim do nomadismo.
Cidade-estado: cidades fortificadas que têm as suas áreas agrícolas circunvizinhas e com território definido. O poder está centralizado nas mãos de um rei, as cidades-estados são constantemente atacadas por outras cidades.
Império Romano: Roma uma cidade – estado começou a anexar muitas outras cidades assim dominando um vasto território, dominando todo o mundo antigo, porém no ano 476 dc este império acabou.
Idade média: com o fim do império romano e das rotas comercias, as cidades começaram a desaparecer, as pessoas começaram a migrar para o campo. A sociedade começou a viver sobre o sistema feudal, os nobres detinham a terra e eram os senhores feudais, e estes defendidos por seus vassalos. A igreja tem um grande papel nesta época, esta conseguindo a maior parte de sua riqueza neste período, a inquisição levou muitas pessoas a morte na fogueira. Neste período o rei não tinha poder, pois ele era também um senhor feudal e não tinha mais força que os outros senhores feudais.
Estados nacionais: com o renascimento do comércio surgiu a burguesia e esta por não se entender com a aristocracia rural (senhores feudais) financiou o rei na formação destes estados assim se favorecendo com esta nova ordem.
Fronteiras: são limites terrestres, marítimos e aéreos, que separam um território de outro.
Território: delimitado por fronteiras fixas, englobando estaco aéreo marítimo e terrestre.
População: pessoas que habitam os territórios.
Estado: é um poder político organizado que exerce o poder de autoridade sobre a população que vive neste território.
Conceitos básicos e terminologia específica sobre o crescimento demográfico
O crescimento da população ocorre através:
- Crescimento Vegetativo/vertical
É o Crescimento natural da população. É representado pela diferença entre natalidade e mortalidade.
CV = Natalidade – Mortalidade |
- Crescimento Natural
é ser expresso por uma taxa anual.
TCV = TN - TM + IMIGRANTES - EMIGRANTES |
Taxa de Natalidade(TN)
É o quociente entre o número de nascidos em um ano e a População Absoluta.
Nº de Nascimentos/ano x 1000 TN = --------------------------------- População Absoluta |
Taxa de mortalidade (TM)
É o quociente entre o número de óbitos em um ano e a População Absoluta
Nº de Óbitos/ano x 1000 TM = --------------------------------- População Absoluta |
Crescimento Transladativo Horizontal
Resultado da entrada e saída de populações de uma área para outra (Migração).
CT = Imigração – Emigração |
Taxa de Crescimento Vegetativo (TCV)
É o saldo da diferença entre as Taxas de natalidade e de Mortalidade, podendo ser obtido três resultados:
crescimento Positivo, ou seja, TN>TM, situação que caracteriza a maior parte dos países.
Crescimento vegetativo da população brasileira
1980 1991 Cresc. (%)
Total 119.002.706 146.825.475 23,3
Homens 59.123.361 72.485.122 22,5
Mulheres 59.879.345 74.340.353 24,1
Urbana 80.436.409 110.990.990 37,9
Rural 38.566.297 35.834.485 -7,0
Fonte: IBGE
Crescimento Negativo, ou seja, TN<TM, situação que caracteriza alguns paises da Europa, como Alemanha, Dinamarca, Hungria, Eslovênia, Estônia, etc.
País Hoje 2050
Alemanha | 82 milhões | 73 milhões |
Grã-Bretanha | 59 milhões | 57 milhões |
Itália | 57 milhões | 41 milhões |
Japão | 126 milhões | 105 milhões |
Fonte : ONU, 2000.
De Reposição, com TN = TM, situação teórica, considerado apenas como possibilidade matemática.
Envelhecimento populacional
A expectativa ou esperança de vida refere-se ao cálculo do número possível de anos que uma pessoa viverá.
Em 19995, o total de idosos no planeta era de 578 milhões numero recorde na história da humanidade. Em 1950, os maiores de 65 anos de idade correspondiam a 7,9% da população ; em 2001 correspondiam a 13,5% e , em 2050, serão 24,7% dos habitantes do globo.
Numero de Habitantes idosos
Idades dos habitantes 1999 2050 Crescimento
De 60 a 79 anos | 580 milhões | 2 bilhões | 245% |
De 80 s 99 anos | 66 milhões | 370 milhões | 460% |
Com 100 anos ou mais | 135 mil | 2,2 milhões | 1.530% |
Ótimo de população
É o equilíbrio entre a disponibilidade de recursos naturais e a quantidade de população. Esse conceito está relacionado com as condições de níveis técnicos de uma sociedade.
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