ESTRUTURA DA POPULAÇÃO
O estudo da estrutura da população pode ser dividido em duas categorias:
- Número, sexo e idade da população;
- Estrutura profissional por setores econômicos;
A ESTRUTURA ETÁRIA
A estrutura etária de uma população é a distribuição da população por grupos de idades. Geralmente, para facilitar os estudos da estrutura etária, divide-se a população em três grupos de idades.
Observe o exemplo abaixo.
A População costuma ser dividida em três faixas de idade:
População jovem De 0 a 19 anos
População Adulta de 20 a 59 anos
População Idosa acima de 59 anos.
Pirâmide etária ou pirâmide de idades
É o gráfico quantitativo que expressa o numero de habitantes, sua distribuição por sexo e por idade.
Fatores que influem na estrutura da Pirâmide:
- O Crescimento Vegetativo e a longevidade (Duração média da vida das pessoas).
Os principais elementos de uma pirâmide são os seguintes:
- Base parte inferior, que representa a população jovem.
- Corpo parte intermediaria, que representa a população adulta.
- Cume ou Ápice parte superior, que representa a população velha.
- Ordenada representa os grupos ou faixas de idade.
- Abscissa quantidade de pessoas (em valor absoluto ou em porcentagem).
As pirâmides mais características são as representativas dos países pobres ou subdesenvolvidos, chamadas de pirâmides de “países jovens” e as representativas dos países ricos ou desenvolvidos, chamada pirâmides de “países velhos”
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As primeiras (de ”países jovens”) apresentam base larga (elevada proporção de jovens) e ápice estreito (baixa proporção de idosos). Comparativamente, as segundas (de “países velhos”) apresentam base mais estreita (menor proporção de jovens) e ápice mais largo (maior proporção de idosos).
PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL
As modificações ocorridas na estrutura etária da população brasileira nas últimas décadas alteraram, de modo significativo, a pirâmide etária do Brasil. Ela se distanciou das pirâmides dos países subdesenvolvidos e se aproximou das pirâmides dos países desenvolvidos.
A figura abaixo mostra a pirâmide etária do Brasil em dois momentos: 1980 e 2010 ( projeção ).
Estrutura Econômica
A economia de um país está estruturada em função das diversas atividades econômicas que são realizadas por aqueles que formam a população economicamente ativa (PEA). Eles compõem a parcela daqueles que estão na economia formal, ou seja, que possuem registro profissional ou exercem profissões liberais, constituindo a população ocupada. Os desempregados também estão incluído entre os ativos, por estarem apenas desocupados temporariamente.
Na atualidade temos a grande ameaça das transformações tecnológicas pelo fato delas serem excludentes, ao marginalizarem números expressivos de mão-de-obra, tornando o mercado de trabalho cada vez mais seletivo.
O desemprego estrutural ou tecnológico é ao mesmo tempo qualitativo, pois exclui principalmente a mão-de-obra menos especializada.
Já a população Economicamente Inativa (PEI) é representada pelas crianças até 10 anos, inválidos, aposentados, donas de casa, etc.
Não podemos também deixar de considerar os subempregos que obtêm ou complementam sua renda na economia informal, sem participar diretamente do sistema tributário, são eles: vendedores de semáforos, flanelinhas, ambulantes, biscateiros, diaristas urbanos, etc.
Os Setores Profissionais da Economia
A População Ativa de um país é classificada segundo suas atividades econômicas em 3 setores:
- O Setor Primário envolve as atividades ligadas à agricultura, pecuária e extrativismo (vegetal, animal).
- O Setor Secundário correspondem as atividades industrial em geral e mineração.
- O Setor Terciário envolve as atividades de prestação de serviços a população (comércio, bancos, transportes, comunicações, educação, serviços públicos).
A PEA e os Setores de Atividades Econômicas
Nos censos demográficos, é considerada população economicamente ativa (PEA) apenas a parcela dos trabalhadores que fazem parte da economia formal, ou seja, que possuem carteira de trabalho registrada ou exercem profissão liberal (prestação de serviços em geral), participando do sistema de arrecadação de impostos. Os desempregados também são considerados ativos, por estarem, apenas, temporariamente desocupados e, portanto, interferem no mercado de trabalho. Quando os índices de desemprego se elevam, há uma tendência geral de rebaixamento dos salários, decorrente da maior oferta de mão-de-obra disponível no mercado. Ao contrário, em situações de crescimento econômico, associado a maior oferta de postos de trabalho, há uma tendência geral de aumento salarial, principalmente nos postos de trabalho que exigem qualificação técnica.
Os dados censitários de população não-ativa, além dos jovens e dos aposentados, costumam incluir também os trabalhadores subempregados que obtém ou complementam sua renda na economia informal, sem participar diretamente do sistema tributário: camelôs, vendedores no farol, guardadores de carros, diaristas urbanos e rurais (bóias-frias), trabalhadores sem carteira assinada, vendedores de congelados, etc. Assim, nos países desenvolvidos, onde os índices de subempregos são normalmente baixos, o percentual da PEA, no conjunto total da população, está muito próximo da realidade do mercado de trabalho e situa-se em índices que beiram os 50%.
Nos países subdesenvolvidos, onde os índices de subemprego costumam ser muito elevados, o percentual da PEA, no conjunto total da população, tende a ser mais baixo que a quantidade de pessoas que têm rendimentos, situando-se em torno de 35 a 40%. É óbvio, porém, que o número de pessoas que trabalham em países subdesenvolvidos é maior que 50%, já que os jovens são obrigados a trabalhar para completar a renda familiar e os aposentados para complementar a aposentadoria, quando a recebem. Assim, em resumo, quanto mais alto o índice de subemprego, menor a credibilidade dos dados censitários referentes à PEA.
A população que trabalha, empregada ou subempregada, dedica-se a um dos três setores de atividades que compõem a economia: primário, secundário e terciário. No setor primário, as mercadorias produzidas não sofrem alteração e são comercializadas sem passar por nenhum estágio de transformação, como no caso da agropecuária, da pesca artesanal, do garimpo e do extrativismo vegetal. No setor secundário, as mercadorias são transformadas, ou seja industrializadas antes de ser comercializadas. Se uma fazenda produz e vende soja em grãos, apresenta uma produção primária; se vende óleo de soja, a produção é secundária, pois houve transformação. Se um pescador coleta peixe no oceano e os vende in natura, está inserido no setor primário, mas se vende o peixe limpo e enlatado em conserva, o setor é secundário. Uma exceção à regra é o extrativismo mineral: caso a extração de minérios (petróleo, ferro, bauxita, etc.) seja mecanizada, embora o produto seja primário, a atividade extrativa é alocada no setor secundário da economia. Atenção: o petróleo, por exemplo, é um produto primário; a atividade extrativa é secundária, assim como os derivados de petróleo obtidos a partir do refino. A mesma regra já não se aplica à agropecuária: mesmo que a produção agrícola seja irrigada, mecanizada e de altíssima produtividade, se a fazenda vende a produção in natura, o setor é primário.
Já no setor terciário, não se produzem mercadorias, mas prestam-se serviços em hospitais, escolas, repartições públicas, transportes, energia, comunicações, informática, esportes, lazer e no comércio em geral.
A divisão dos trabalhadores pelos setores de atividades econômicas nos permite chegar a importantes conclusões sobre a economia de países ou regiões do planeta. Se o número de pessoas que trabalham no setor primário for elevado, por exemplo 25%, isso indica que a produtividade do setor é baixa, já que 25% da PEA abastece os outros 75%; a relação na PEA é de 1 trabalhador agrícola para 3 em outros setores. Por outro lado, se o número for baixo, por exemplo 5%, a produtividade no setor é alta, já que 5% da PEA abastece os outros 95%; a relação é de 1 trabalhador agrícola para cada 19 em outros setores. Podemos afirmar, portanto, que essa região apresenta um setor primário bastante capitalizado, com utilização intensiva de adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação e mecanização, o que, ao ampliar a produtividade, permite que se utilize um pequeno percentual da PEA no setor. Nos países desenvolvidos, de 3 a 10% da PEA trabalha em atividades primárias.
As condições econômicas refletidas na distribuição setorial da PEA, salvo em casos excepcionais, como as áreas desérticas ou montanhosas, devem ser analisadas sempre a partir do setor primário da economia. O índice do setor secundário não reflete a produtividade e o tipo de indústria recenseada. Por exemplo, se 30% da PEA trabalha no setor secundário, não sabemos se a indústria está produzindo computadores ou goiabada, aviões ou chinelos. Mas, se o setor primário é de alta produtividade, isso indica que a indústria do país também é predominantemente moderna, já que é ela quem fabrica os adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação, máquinas e tratores. Se um país ou uma região utiliza muita mão-de-obra no setor primário, pode até possuir algum setor industrial de ponta, mas, certamente, as suas indústrias são predominantemente tradicionais, incorporando pouca tecnologia na produção. Os países que apresentam elevado padrão de produção industrial ocupam cerca de 20% da PEA no setor secundário da economia.
Os índices do setor terciário são os que requerem maiores cuidados de análise, pois contém, além dos prestadores formais de serviços, o subemprego. Mesmo assim, é possível extrairmos algumas considerações genéricas. Se uma região ocupa muita mão-de-obra no setor primário, como vimos, provavelmente a indústria é tradicional, indicando uma economia frágil e maior ocorrência de subemprego. Ao contrário, se o setor primário utiliza pouca mão-de-obra, o parque industrial tem um maior grau de modernização e o subemprego tende a ser menos frequente.
É o setor terciário, salvo raras exceções, que detém a maior parte da renda nacional e em que trabalha o maior número de pessoas, já que por ele circulam todas as mercadorias produzidas nos setores primários e secundários da economia. É comum os números do setor estarem acima de 50% da PEA. Nos países desenvolvidos, isso indica que a população está muito bem atendida, há uma grande disponibilidade de serviços. Nos países subdesenvolvidos, há que se considerar os indicadores de população subempregada vivendo à margem da economia formal e carente de serviços básicos, como educação e saúde.
Para finalizar, uma última idéia: tradicionalmente, é comum classificarem-se as atividades secundárias e terciárias como urbanas e as atividades primárias como essencialmente rurais. Atualmente, porém, ante a modernização dos sistemas de transportes e de comunicações verificadas em vastas regiões do planeta, ampliaram-se as possibilidades de industrialização do campo e ruralização das atividades tipicamente urbanas, fazendo crescer substancialmente o números de trabalhadores agrícolas que residem nas cidades.
Saiba mais
Desemprego estrutural
Situação de desemprego que resulta do aprimoramento do processo produtivo através de novas formas de organização do trabalho e da aplicação de novas tecnologias. Típico deste final de século, o desemprego estrutural é conseqüência de avanços principalmente na área eletrônica. Essas mudanças permitem aumento de produtividade com grande redução de mão-de-obra. Muitas funções tornam-se obsoletas e desaparecem do processo produtivo, mas mesmo assim a produção aumenta. A economia cresce, mas parte da população economicamente ativa fica fora do mercado de trabalho. O desemprego estrutural é característico de economias desenvolvidas ou em fase de expansão. Nos países em desenvolvimento, o desemprego está mais ligado a problemas conjunturais do que ao aprimoramento geral da produção. Não existe um índice específico de desemprego estrutural. No Brasil, o cálculo mais próximo é o do desemprego de longo prazo. A taxa refere-se àqueles que estão procurando trabalho há mais de seis meses – situação de 20% dos desempregados da Grande São Paulo em agosto de 1995.
Os setores da economia
E OS TIPOS DE PAÍSES
Países | Primário | Secundário | Terciário |
Países “subdesenvolvidos “ | |||
Etiópia Camboja Haiti Índia | 88% 74% 68% 62% | 2% 7% 9% 11% | 10% 19% 23% 27% |
Países “desenvolvidos “ | |||
Alemanha Estados Unidos Japão França | 3% 3% 7% 6% | 39% 25% 34% 29% | 58% 72% 59% 62% |
Países “subdesenvolvido “ industrializados | |||
Brasil (1995) Argentina México Coréia do Sul África do Sul | 26,1% 13% 23% 17% 13% | 20,7% 34% 29% 36% 25% | 51,9% 53% 48% 47% 62% |
- Nos países subdesenvolvidos predominam as atividades primárias, ao passo que nos países desenvolvidos a maioria da população ativa dedica-se as atividades secundarias e terciárias. A pequena proporção de ativos no setor primário dos países desenvolvidos justifica-se devido ao maior avanço tecnológico e à elevada mecanização da agricultura.
- Já nos países subdesenvolvidos industrializados, observamos a ocorrência de uma expressiva concentração de população no setor terciário. No entanto esse fato deve ser entendido não como resultado da industrialização, e sim de problemas existente na economia devido a uma limitada oferta de empregos, ocorre uma hipertrofia do terciário, gerando uma economia informal (subemprego).
O CASO BRASILEIRO
- A figura acima mostra o comportamento e a distribuição dos setores profissionais de 1940 a 1995. Observa-se nitidamente, o declínio do setor primário até 1990. a industrialização, a urbanização, a injusta estrutura fundiária, o difícil acesso à terra e a modernização da agricultura são fatores explicativos desse declínio e do aumento da população nos setores secundários e terciário.
Observamos também um substancial aumento da população no setor terciário, que abriga ao mesmo tempo setores do trabalho especializado e setores não qualificados profissionalmente, sendo este resultante da exclusão social. O setor “incha”, pela ausência de empregos gerando o subemprego.
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