terça-feira, 27 de março de 2012

População (parte 3)


 ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

O estudo da estrutura da população pode ser dividido em duas categorias:
-          Número, sexo e idade da população;
-          Estrutura profissional por setores econômicos;

A ESTRUTURA ETÁRIA

A estrutura etária de uma população é a distribuição da população por grupos de idades. Geralmente, para facilitar os estudos da estrutura etária, divide-se a população em três grupos de idades.
Observe o exemplo abaixo.

A População costuma ser dividida em três faixas de idade:
População jovem De 0 a 19 anos
População Adulta de 20 a 59 anos
População Idosa acima de 59 anos.

Pirâmide etária ou pirâmide de idades
É o gráfico quantitativo que expressa o numero de habitantes, sua distribuição por sexo e por idade.

Fatores que influem na estrutura da Pirâmide:
- O Crescimento Vegetativo e a longevidade (Duração média da vida das pessoas).

Os principais elementos de uma pirâmide são os seguintes:

-          Base parte inferior, que representa a população jovem.
-          Corpo parte intermediaria, que representa a população adulta.
-          Cume ou Ápice parte superior, que representa a população velha.
-          Ordenada representa os grupos ou faixas de idade.
-          Abscissa quantidade de pessoas (em valor absoluto ou em porcentagem).

As pirâmides mais características são as representativas dos países pobres ou subdesenvolvidos, chamadas de pirâmides de “países jovens” e as representativas dos países ricos ou desenvolvidos, chamada pirâmides de “países velhos”
 

PAÍS JOVEM
As primeiras (de ”países jovens”) apresentam base larga (elevada proporção de jovens) e ápice estreito  (baixa proporção de idosos). Comparativamente, as segundas (de “países velhos”) apresentam base mais estreita (menor proporção de jovens) e ápice mais largo (maior proporção de idosos).


PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL

As modificações ocorridas na estrutura etária da população brasileira nas últimas décadas alteraram, de modo significativo, a pirâmide etária do Brasil. Ela se distanciou das pirâmides dos países subdesenvolvidos e se aproximou das pirâmides dos países desenvolvidos.

A figura abaixo mostra a pirâmide etária do Brasil em dois momentos: 1980 e 2010 ( projeção ).
Homens 



HomensEstrutura Econômica

            A economia de um país está estruturada em função das diversas atividades econômicas que são realizadas por aqueles que formam a população economicamente ativa (PEA). Eles compõem  a parcela daqueles que estão na economia formal, ou seja, que possuem registro profissional ou exercem profissões liberais, constituindo a população ocupada. Os desempregados também estão incluído entre os ativos, por estarem apenas desocupados temporariamente.
Na atualidade temos a grande ameaça das transformações tecnológicas pelo fato delas serem excludentes, ao marginalizarem números expressivos de mão-de-obra, tornando o mercado de trabalho cada vez mais seletivo.

O desemprego estrutural ou tecnológico é ao mesmo tempo qualitativo, pois exclui principalmente a mão-de-obra menos especializada.
Já a população Economicamente Inativa (PEI) é representada pelas crianças até 10 anos, inválidos, aposentados, donas de casa, etc.
Não podemos também deixar de considerar os subempregos que obtêm ou complementam sua renda na economia informal, sem participar diretamente do sistema tributário, são eles: vendedores de semáforos, flanelinhas, ambulantes, biscateiros, diaristas urbanos, etc.

Os Setores Profissionais da Economia

A População Ativa de um país é classificada segundo suas atividades econômicas em 3 setores:

- O Setor Primário envolve as atividades ligadas à agricultura, pecuária e extrativismo (vegetal, animal).
- O Setor Secundário correspondem as atividades industrial em geral e mineração.
- O Setor Terciário envolve as atividades de prestação de serviços a população (comércio, bancos, transportes, comunicações, educação, serviços públicos).

A PEA e os Setores de Atividades Econômicas

Nos censos demográficos, é considerada população economicamente ativa (PEA) apenas a parcela dos trabalhadores que fazem parte da economia formal, ou seja, que possuem carteira de trabalho registrada ou exercem profissão liberal (prestação de serviços em geral), participando do sistema de arrecadação de impostos. Os desempregados também são considerados ativos, por estarem, apenas, temporariamente desocupados e, portanto, interferem no mercado de trabalho. Quando os índices de desemprego se elevam, há uma tendência geral de rebaixamento dos salários, decorrente da maior oferta de mão-de-obra disponível no mercado. Ao contrário, em situações de crescimento econômico, associado a maior oferta de postos de trabalho, há uma tendência geral de aumento salarial, principalmente nos postos de trabalho que exigem qualificação técnica.
Os dados censitários de população não-ativa, além dos jovens e dos aposentados, costumam incluir também os trabalhadores subempregados que obtém ou complementam sua renda na economia informal, sem participar diretamente do sistema tributário: camelôs, vendedores no farol, guardadores de carros, diaristas urbanos e rurais (bóias-frias), trabalhadores sem carteira assinada, vendedores de congelados, etc. Assim, nos países desenvolvidos, onde os índices de subempregos são normalmente baixos, o percentual da PEA, no conjunto total da população, está muito próximo da realidade do mercado de trabalho e situa-se em índices que beiram os 50%.
Nos países subdesenvolvidos, onde os índices de subemprego costumam ser muito elevados, o percentual da PEA, no conjunto total da população, tende a ser mais baixo que a quantidade de pessoas que têm rendimentos, situando-se em torno de 35 a 40%. É óbvio, porém, que o número de pessoas que trabalham em países subdesenvolvidos é maior que 50%, já que os jovens são obrigados a trabalhar para completar a renda familiar e os aposentados para complementar a aposentadoria, quando a recebem. Assim, em resumo, quanto mais alto o índice de subemprego, menor a credibilidade dos dados censitários referentes à PEA.
A população que trabalha, empregada ou subempregada, dedica-se a um dos três setores de atividades que compõem a economia: primário, secundário e terciário. No setor primário, as mercadorias produzidas não sofrem alteração e são comercializadas sem passar por nenhum estágio de transformação, como no caso da agropecuária, da pesca artesanal, do garimpo e do extrativismo vegetal. No setor secundário, as mercadorias são transformadas, ou seja industrializadas antes de ser comercializadas. Se uma fazenda produz e vende soja em grãos, apresenta uma produção primária; se vende óleo de soja, a produção é secundária, pois houve transformação. Se um pescador coleta peixe no oceano e os vende in natura, está inserido no setor primário, mas se vende o peixe limpo e enlatado em conserva, o setor é secundário. Uma exceção à regra é o extrativismo mineral: caso a extração de minérios (petróleo, ferro, bauxita, etc.) seja mecanizada, embora o produto seja primário,  a atividade extrativa é alocada no setor secundário da economia. Atenção: o petróleo, por exemplo, é um produto primário; a atividade extrativa é secundária, assim como os derivados de petróleo obtidos a partir do refino. A mesma regra já não se aplica à agropecuária: mesmo que  a produção agrícola seja irrigada, mecanizada e de altíssima produtividade, se a fazenda vende a produção in natura, o setor é primário.
Já no setor terciário, não se produzem mercadorias, mas prestam-se serviços em hospitais, escolas, repartições públicas, transportes, energia, comunicações, informática, esportes, lazer e no comércio em geral.
A divisão dos trabalhadores pelos setores de atividades econômicas nos permite chegar a importantes conclusões sobre a economia de países ou regiões do planeta. Se o número de pessoas que trabalham no setor primário for elevado, por exemplo 25%, isso indica que a produtividade do setor é baixa, já que 25% da PEA abastece os outros 75%; a relação na PEA é de 1 trabalhador agrícola para 3 em outros setores. Por outro lado, se o número for baixo, por exemplo 5%, a produtividade no setor é alta, já que 5% da PEA abastece os outros 95%; a relação é de 1 trabalhador agrícola para cada 19 em outros setores. Podemos afirmar, portanto, que essa região apresenta um setor primário bastante capitalizado, com utilização intensiva de adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação e mecanização, o que, ao ampliar a produtividade, permite que se utilize um pequeno percentual da PEA no setor. Nos países desenvolvidos, de 3 a 10% da PEA trabalha em atividades primárias.
As condições econômicas refletidas na distribuição setorial da PEA, salvo em casos excepcionais, como as áreas desérticas ou montanhosas, devem ser analisadas sempre a partir do setor primário da economia. O índice do setor secundário não reflete a produtividade e o tipo de indústria recenseada. Por exemplo, se 30% da PEA trabalha no setor secundário, não sabemos se a indústria está produzindo computadores ou goiabada, aviões ou chinelos. Mas, se o setor primário é de alta produtividade, isso indica que a indústria do país também é predominantemente moderna, já que é ela quem fabrica os adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação, máquinas e tratores. Se um país ou uma região utiliza muita mão-de-obra no setor primário, pode até possuir algum setor industrial de ponta, mas, certamente, as suas indústrias são predominantemente tradicionais, incorporando pouca tecnologia na produção. Os países que apresentam elevado padrão de produção industrial ocupam cerca de 20% da PEA no setor secundário da economia.
Os índices do setor terciário são os que requerem  maiores cuidados de análise, pois  contém, além dos prestadores formais de serviços, o subemprego. Mesmo assim, é possível extrairmos algumas considerações genéricas. Se uma região ocupa muita mão-de-obra no setor primário, como vimos, provavelmente a indústria é  tradicional, indicando uma economia frágil e maior ocorrência de subemprego. Ao contrário, se o setor primário utiliza pouca mão-de-obra, o parque industrial tem  um maior grau de modernização e o subemprego tende a ser menos frequente.
É o setor terciário, salvo raras exceções, que detém a maior parte da renda nacional e em que trabalha o maior número de pessoas, já que por ele circulam todas as mercadorias produzidas nos setores primários e secundários da economia. É comum os números do setor estarem acima de 50% da PEA. Nos países desenvolvidos, isso indica que a população está muito bem atendida, há uma grande disponibilidade de serviços. Nos países subdesenvolvidos, há que se considerar os indicadores de população subempregada vivendo à margem da economia formal e carente de serviços básicos, como educação e saúde.
Para finalizar, uma última idéia: tradicionalmente, é comum classificarem-se as atividades secundárias e terciárias como urbanas e as atividades primárias como essencialmente rurais. Atualmente, porém, ante a modernização dos sistemas de transportes e de comunicações verificadas em vastas regiões do planeta, ampliaram-se as possibilidades de industrialização do campo e ruralização das atividades tipicamente urbanas, fazendo crescer substancialmente o números de trabalhadores agrícolas que residem nas cidades.
Saiba mais
Desemprego estrutural
               Situação de desemprego que resulta do aprimoramento do processo produtivo através de novas formas de organização do trabalho e da aplicação de novas tecnologias. Típico deste final de século, o desemprego estrutural é conseqüência de avanços principalmente na área eletrônica. Essas mudanças permitem aumento de produtividade com grande redução de mão-de-obra. Muitas funções tornam-se obsoletas e desaparecem do processo produtivo, mas mesmo assim a produção aumenta. A economia cresce, mas parte da população economicamente ativa fica fora do mercado de trabalho. O desemprego estrutural é característico de economias desenvolvidas ou em fase de expansão. Nos países em desenvolvimento, o desemprego está mais ligado a problemas conjunturais do que ao aprimoramento geral da produção. Não existe um índice específico de desemprego estrutural. No Brasil, o cálculo mais próximo é o do desemprego  de longo prazo. A taxa refere-se àqueles que estão procurando trabalho há mais de seis meses – situação de 20% dos desempregados da Grande São Paulo em agosto de 1995.

Os setores da economia
E OS TIPOS DE PAÍSES

Países
Primário
Secundário
Terciário
Países “subdesenvolvidos “
Etiópia
Camboja
Haiti
Índia
88%
74%
68%
62%
2%
7%
9%
11%
10%
19%
23%
27%
Países “desenvolvidos “
Alemanha
Estados Unidos
Japão
França
3%
3%
7%
6%
39%
25%
34%
29%
58%
72%
59%
62%
Países “subdesenvolvido “ industrializados
Brasil    (1995)
Argentina
México
Coréia do Sul
África do Sul
26,1%
13%
23%
17%
13%
20,7%
34%
29%
36%
25%
51,9%
53%
48%
47%
62%

- Nos países subdesenvolvidos predominam as atividades primárias, ao passo que nos países desenvolvidos a maioria da população ativa dedica-se as atividades secundarias e terciárias. A pequena proporção de ativos no setor primário dos países desenvolvidos justifica-se devido ao maior avanço tecnológico e à elevada mecanização da agricultura.

- Já nos países subdesenvolvidos  industrializados, observamos a ocorrência de uma expressiva concentração de população no setor terciário. No entanto esse fato deve ser entendido não como resultado da industrialização, e sim de problemas existente na economia devido a uma limitada oferta de empregos, ocorre uma hipertrofia do terciário, gerando uma economia informal (subemprego).


O CASO BRASILEIRO

           - A figura acima mostra o comportamento e a distribuição dos setores profissionais de 1940 a 1995. Observa-se nitidamente, o declínio do setor primário até 1990. a industrialização, a urbanização, a injusta estrutura fundiária, o difícil acesso à terra e a modernização da agricultura são fatores explicativos desse declínio e do aumento da população nos setores secundários e terciário.
    Observamos também um substancial aumento da  população no setor terciário, que abriga ao mesmo tempo setores do trabalho especializado e setores não qualificados profissionalmente, sendo este resultante da exclusão social. O setor “incha”, pela ausência de empregos gerando o subemprego.

domingo, 18 de março de 2012

Terra, Planeta em foco



Terra, Planeta em foco



A Terra já  foi um planeta incandescente?
Sim, O impacto dessa multidão de objetos de todos os tamanhos de encontro com a terra no seu caminho ao redor do sol teria provocado grandes elevações da sua temperatura. Esses choques de corpos de grande massa, liberavam energia suficiente para manter a terra em estado de fusão parcial. Há 4.3 bilhões de anos  a  temperatura começou a cair proporcionando a formação da crosta terrestre, porém no interior do planeta os fluxos de calor vão gerar correntes de convecção que vão fraturar a crosta e formar vulcões.

A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

A maior parte do conhecimento que temos do interior da Terra é obtido por via indireta. Grande parte das informações nos chegam através do estudo da liberação e propagação das ondas sísmicas durante os terremotos. É possível saber o tipo de material que essas ondas atravessam (sólido, pastoso, mais ou menos resistente, etc.) e a partir daí conhecer melhor a estrutura interna de nosso planeta. O processo de vulcanismo, também nos oferece informações valiosas sobre o interior da Terra.

IMPORTANTE: as dificuldades encontradas para penetrar mais profundamente no interior da Terra vão desde as elevadas pressões até o aumento da densidade  dos minerais e da temperatura interna (Grau Geotérmico). Lembre-se que, em  média, entre 30 e 40 metros de profundidade a temperatura aumenta 1º C.

AS CAMADAS DA TERRA

Quando estudamos a estrutura interna da Terra, podemos dividi-la em três camadas principais, como veremos a seguir:
1.Litosfera: é a camada mais externa, sendo constituída de rochas. É também denominada de CROSTA TERRESTRE, sendo dividida em duas partes: SIAL (silício e alumínio) e SIMA (silício e Magnésio). Sua espessura varia de 50 a 60 Km, sendo maior sob os continentes do que sob os oceanos  o SIAL compreende a parte mais externa da litosfera, com uma espessura entre 15 e 25 km; nele se encontram o solo e o subsolo. O SIMA apresenta minerais com maior densidade e sua espessura varia de 30 a 35 km.

2.Manto: trata-se da camada intermediária, aparecendo aí o magma, material fluido-pastoso decorrente das altas temperaturas (4.000ºC). Também é denominada de MAGMA ou PIROSFERA e sua espessura atinge cerca de 4.600 Km. Divide-se em MANTO SUPERIOR e MANTO INFERIOR.

Obs: No manto superior encontra-se a ASTENOSFERA (cerca de 100 km sob os continentes e 50 km sob o piso oceânico). É na Astenosfera onde se formam as correntes de convecção magmáticas responsáveis pelo deslocamento das placas tectônicas (Teoria da Tectônica de Placas) que estudaremos mais adiante.



 Composição do nosso planeta

O conceito de mineral é complexo e de difícil definição, de resto como todas as definições. Contudo, atendendo aos nossos objetivos, podemos considerá-los como substâncias naturais, inorgânicas, caracterizados por propriedades físicas e químicas determinadas.
Para classificarmos os minerais devemos levar em conta a sua dureza, brilho e raridade.
. A dureza é, por definição, a resistência que um mineral oferece à risca provocada por uma ação mecânica externa. Na prática mineralógica utilizam-se escalas de dureza relativas, representadas por determinados minerais. A mais comum é a escala de Mohs, que contem 10 graus e é composta unicamente por minerais de risca branca. Os minerais estão ordenados segundo o seu grau de dureza, do menos ao mais duro e do seguinte modo: 1-talco, 2-gesso, 3-calcita, 4-fluorita, 5-apatita, 6-ortóclase, 7-quartzo, 8-topázio, 9-corindon, 10-diamante.
MINERAIS E A ESCALA DE DUREZA


O brilho pode ser classificado como vítreo como é o caso do quatzo que é um dos minerais mais encontrados no nosso planeta, ou como  metálico como é o caso da galena que é o mineral utilizado para se obter o chumbo.
O fator raridade é muito importante, pois quanto mais raro o mineral maior é o seu valor e mais difícil de encontrar na natureza. Podendo ser muito raro como é ocaso do rubi verdadeiro, ou pouco raro como é o caso do quartzo.
Cristais 
São minerais que apresentam uma arranjo interno tridimensional, e de acordo com as qualidades acima citadas pode receber o nome de pedras preciosas ou gemas.

AS ROCHAS


As rochas são agregados minerais, formados por um ou diversos minerais consolidados. Quanto  à sua origem  as rochas podem ser:

1.Magmáticas ou Ígneas: são formadas pela solidificação do magma fluido –pastoso existente no interior da Terra. São rochas primárias (foram  as primeiras a se formar em nosso planeta), bastante resistentes, constituindo o embasamento rochoso dos atuais continentes, formam as chamadas rochas cristalinas.

As rochas magmáticas podem ser:

a)    Intrusivas ou Plutônicas: quando formadas no interior da Terra, pela consolidação lenta do material magmático. Exemplos: o granito e o gabro.
granito
b)    Extrusivas ou vulcânicas : quando formadas na superfície terrestre, através da consolidação rápida magma, em contato com o ar atmosférico. Exemplo: basalto.
Basalto

Obs: existe ainda uma formação intermediária entre as rochas intrusivas e as extrusivas : são as rochas HIPOABISSAIS. Ocorrem quando o magma não chega a superfície terrestre, se infiltrando e se consolidando a pequenas profundidades, nas fendas de outras rochas já formadas. Como exemplo podem ser citadas o diabásio e siento.
estrutura sedimentar

2. Sedimentares ou Estratificadas : são formadas pela acumulação de fragmentos de outras rochas, de matéria orgânica ou de substâncias dissolvidas na água. Após sofrer a ação de transporte, esse material  é  precipitado e acumulado em um dos muitos ambientes de sedimentação da Terra, dando origem a três tipos de  rochas sedimentares:
Conglomerado

a)    Sedimentares Detríticas: arenito e argila

b)    Sedimentares Químicas:calcário, sal-gema, estalactites e estalagmites.
Calcário Conquífero
c)    Sedimentares Orgânicas : carvão mineral  .

Uma característica marcante das rochas sedimentares é a sua estratificação, ou seja, os sedimentos vão se acumulando e formando camadas horizontais sucessivas. Assim, as camadas mais profundas são as mais antigas, ao contrário das camadas mais próximas da superfície que são as mais recentes. A partir daí é possível fazer a datação da rocha e dos fósseis de animais e vegetais nela encontrados; chama-se  isso estratifigrafia e foi graças a ela, por exemplo, que foi possível estimarmos a idade da Terra em cerca de 5 bilhões de anos.
trilobita

3. Metamórficas: são formadas pelas   transformações sofridas por rochas pré-existentes (magmáticas e sedimentares), quando submetidas a elevadas temperaturas, altas pressões e fortes atritos. Exemplos: A ardósia (origina-se da argila), o mármore (origina-se do calcário) e o gnaisse (origina-se do granito).




OS AGENTES DO RELEVO

O Relevo Terrestre é constituído pelas diferentes formas e aspectos da camada externa da crosta ou litosfera, como as planícies, os planaltos, as montanhas, as depressões, etc. Esse relevo é resultado da ação conjunta e contínua dos chamados Agentes do Relevo, que se distribuem da seguinte forma:


a.    Agentes Endógenos ou Construtores do Relevo
b.    Agentes Exógenos ou Modificadores do Relevo

Antes de conhecermos esses agentes (quem são e como atuam), vamos falar um pouco da Teoria da Deriva Continental e da Teoria Tectônica de Placas.

A TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL

Essa Teoria tem como autor o meteorologista alemão Alfred Wegener, que no inicio do século passado (1915) publicou no livro  A Origem dos Oceanos e dos Continentes, a tese de que até por volta de 200 milhões de anos (Era mesozóica/ Período Cretáceo) todos os continentes achavam-se reunidos em um só bloco de terras, chamado por ele de Pangéia. Para fundamentar sua teoria, Wegener utilizou vários argumentos, dentre eles a semelhança entre as linhas de recorte do litoral ocidental da África e do litoral brasileiro, que a exemplo de outros continentes se encaixam como se fossem peças de um quebra cabeça. Ele também comprovou a semelhança de estruturas rochosas e de fósseis de animais e vegetais em regiões hoje muito distantes, mas que deveriam estar juntas no passado. No entanto Wegener não soube explicar como os continentes conseguiam se mover, o que levou muitos cientistas da época a refutar suas idéias.


A TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS

Foi publicada em 1967 pelo cientista norte-americano Jason Morgan, como resultado de estudos e pesquisas desenvolvidas  durante anos por ele e outros pesquisadores. De acordo com essa teoria, a Litosfera encontra-se fragmentada, dividindo-se em várias partes; a essas partes damos o nome de Placas Tectônicas. Essas placas flutuam sobre o magma pastoso encontrado no Manto, mas precisamente na Astenosfera, onde esse magma, como já vimos anteriormente, forma correntes convectivas que impulsionam as placas litosféricas nas mais diferentes direções. Daí se originam a migração dos continentes (comprovada definitivamente na década de 80, com fotos à base de laser tiradas de satélites em órbita da Terra), os abalos sísmicos, o vulcanismo, a formação  de cadeias montanhosas continentais (as grandes cordilheiras, como os Andes, os Alpes e o Himalai) e oceânicas (como as Dorsais do Pacífico e do Atlântico) e a formação de fossas oceânicas. Tudo isso é decorrente do choque ou do afastamento das placas, como nos mostra a figura abaixo.
O TECTONISMO
Constitui movimentos lentos e prolongados da crosta terrestre, provocando deformações (diatrofismos) nas rochas (dobras e falhas). Se Manifesta através da orogênese e da epirogênese.

Orogênese: resulta da ação de forças horizontais sobre rochas de menor resistência, causando nessas rochas a formação de dobras ou dobramentos. A orogênese é típica das  áreas de contato entre as placas tectônicas, provocando a formação de elevadas cadeias montanhosas, como as cordilheiras datadas do Cenozóico Terciário (Andes, Alpes, Rochosas, Himalaia, etc), por isso mesmo denominadas de dobramentos terciários ou dobramentos modernos.


 
Obs: numa sucessão de dobras distinguem-se dois elementos : o SINCLINAL ( parte da dobra
com o dorso para baixo) e o ANTICLINAL ( parte da dobra com o dorso para cima).





IMPORTANTE : No Brasil não há ocorrência de dobramentos modernos. Lembre-se que a Cordilheira dos Andes, dobramentos terciário da América do Sul, não corta nosso território.

Epirogênese: Resulta da ação de forças verticais sobre rochas de maior resistências, causando nas mesmas fraturas ou diáclases, como posterior formação de falhas ou paráclases. A epirogênese provoca o soerguimento ou o rebaixamento de grandes porções da crosta terrestre, levando a um equilíbrio isostático  ou isostasia ( iso = igual a stasis = equilíbrio) .
Isostasia

A epirogênese pode ocorrer, por exemplo, quando uma região sofre uma sobrecarga causada por acumulação de gelo apresentando então rebaixamento com o degelo e a diminuição dessa sobrecarga, a região passa a sofrer um soerguimento . Exemplo disso é a  penísula da Escandinávia, atingida por intensas glaciações no período Quaternário.
Os movimentos tectônicos de subida e descida da crosta terrestre são também responsáveis pelas transgressões e regressões marinhas, ou seja, avanços e recuos das águas oceânicas em razão do rebaixamento da placa continental e do soerguimento da placa oceânica ou vice-versa.

Os falhamentos causados por epirogênese ocorrem em regiões  onde as rochas  resistem às pressões causadas  pelo deslocamento tectônico, quando, então,o bloco rochoso rompe sem dobrar.
A “falha normal”, no seu processo evolutivo, pode vir  a originar “horst” – que é  a parte elevada de uma falha, e “graben’ que é a parte rebaixada de uma falha.  Quando os grabens ou fossas tectônicas coincidem com vales fluviais originam os rift valley, sendo o da Etiópia/Tanzânia, na África Oriental, com         2 440 Km o exemplo mais significativo. Os rift valley podem ser definidos como vales de afastamento, pois coincidem com as zonas de afastamento das placas tectônicas divergentes.

tsunami


OS ABALOS SÍSMICOS (Terremotos e Maremotos)

São movimentos súbitos da crosta terrestre, que se propaga por meio de vibrações, denominadas de ondas sísmicas.

CAUSAS DOS TERREMOTOS

VULCANISMO: as atividades vulcânicas podem causar tremores, geralmente de pequena intensidade e em áreas restritas às zonas vulcânicas.

DESABAMENTO INTERNO OU ACOMODAÇÀO DE TERRENOS

São também tremores de baixa intensidade, mas que podem ocorrer em qualquer parte do globo, inclusive em terrenos antigos. É a causa dos abalos que ocorrem em alguns pontos do território brasileiro, como em Caruaru (PE), João Câmara (RN) entre outros. 

TECTONISMO SÚBITO: É causado pelo movimento e choque de placas tectônicas, levando a ocorrência dos mais violentos e destruidores terremotos e maremotos, estes últimos quase sempre acompanhados de ondas gigantescas (Tsunamis).
Esses terrremotos ocorrem em zonas de relevo recente (Terciário e Quaternário) e, portanto, de grande instabilidade tectônica, pois coincidem com as áreas de limites entre as placas tectônicas. Como o território brasileiro encontra-se localizado praticamente no meio de placa Sul-Americana e, conseqüentemente, distante  desses limites, aqui não ocorrem tremores violentos nem vulcões ativos na atualidade.
 

 
A intensidade, a magnitude e a propagação das ondas sísmicas são registrados no sismógrafo, que emite sismogramas, através dos quais é possível estudar o interior da Terra.
Nos abalos sísmicos o local no interior da litosfera de onde partem as ondas vibratórias chama-se HIPOCENTRO. Já o local na superfície onde o tremor se manifesta é denominado de EPICENTRO.

As escalas mais comuns que registram a intensidade das ondas  sísmicas. São as de Mercalli é de Richter.

Obs: Cerca de 42% dos epicentros registrados na superfície da terra ocorrem na orla do Oceano Pacífico, na região conhecida como círculo de fogo.

Saiba mais



RADIAÇÃO, CALOR, MOVIMENTO: TERREMOTO
Mais uma vez, a ciência é pega de surpresa. Não previu o abalo que destruiu a cidade de Kobe, no Japão e deixou milhares de mortos. Veja o que os pesquisadores sabem sobre a origem dos  grandes tremores  e o que eles estão fazendo para tentar diminuir os estragos e o número de mortes.

A Terra é quente por dentro porque, em parte, ainda guarda um pouco do calor criado durante o seu nascimento, há 4,5 bilhões de anos. Mas, principalmente, porque sua massa contém materiais radioativos. A radiação acumula-se no interior do planeta e mantém as rochas derretidas, fazendo balançar a frágil casca rígida sobre a qual erguem-se os continentes e os oceanos. É como nascem os terremotos. A ciência sabe disso, mas não sabe como preveni-los. Um dos motivos é a escala gigantesca desses fenômenos.
O nome dessa casca é litosfera. Ela é fina e está toda rachada: é composta por cerca de 20 pedaços, chamados placas tectônicas. São formidáveis jangadas de pedra, flutuando sobre a massa interna. Quando dois pedaços dessa casca, resvalam um pouco, liberam de forma explosiva uma energia equivalente a milhares de bombas atômicas. As explosões são o motor dos terremotos.
Aqui você vai entender a origem das ondas de choque que destróem prédios, estradas e diques. E matam milhares de pessoas. Exemplos recentes dessa força foram o terremoto que arrasou Kobe no dia 17 de janeiro, matando cerca de 5 000 pessoas, aquele que destruiu Tangshan, na China, em 1976, deixando 240 000 mortes, o da Armênia em 1988, e também os terremotos violentíssimos do Japão, em 1992, e o da Bolívia em 1994, que não mataram porque atingiram regiões pouco habitadas .
Um dos passos importantes da ciência para conhecer os terremotos foi a construção da primeira “régua” para cmpará-los. Ela foi criada por Charles Richter (1900-1985), em 1935, e indica a quantidade de energia liberada em um terremoto. A escala começa pelos mais fracos já registrados. Por convenção, a eles foi atribuído o grau zero na força dos tremores. Depois, cada ponto indica um aumento de 30 vezes na liberação de energia. Indica também um aumento de dez vezes na magnitude do tremor.
A escala Richter não tem um limite superior, mas o mais violento terremoto já registrado mediu 9,2 graus e aconteceu no Japão, em 1992. A energia liberada em um terremoto desses equivaleria a uma bomba de hidrogênio de 20 000 megatons, um milhão de vezes mais poderosa da bomba de Nagasaki. O abalo de Kobe, no dia 17 de janeiro último, liberou 25 megatons. Tremores de 5 graus são considerados de leves a moderados, os de 6 graus, fortes, e os de mais de 7 graus, muito fortes.

Fonte: revista super interessante



O VULCANISMO

É o processo pelo qual o material magmático existente no interior da Terra chega até a superfície do planeta para formar rochas magmáticas, vulcões e ilhas oceânicas vulcânicas.
Observamos que as atividades vulcânicas coincidem com as zonas de falhas recentes e de dobramentos modernos, áreas muito instáveis e sujeitas a ocorrências de tremores de terra, localizadas quase sempre próximas aos oceanos (Círculo de Fogo do Pacífico e Círculo de Fogo do Atlântico).
  
Vulcão é uma abertura por onde saem os materiais vulcânicos, também chamado de piroclástico como gases, vapor d’água, cinzas, fumaças, lavas, pedras e calor, muito calor.Um edifício vulcânico apresenta as seguintes partes:

1.    Câmara magmática – Ambiente onde se acumula o magma até o momento da explosão.
2.    Chaminé – Local por onde sai o material vulcânico.
3.    Dique – Local por onde escorre o material pastoso.
4.    Cratera – Do grego Kráter.
Da extrusão (saída) ou ainda da intrusão (entrada) de material magmático podem dar origem a: domos, necks, batólitos, lacólitos.
Domos são abaulamentos da superfície da Terra pelo acúmulo de material vulcânico,lavas, no interior da superfície, originando colinas.
Já os necks compreendem a antigas chaminés vulcânicas, preenchidas por lavas solidificadas, que aparecem no horizonte sob a forma de elevações arredondadas, colinosas, resultantes do desgaste erosivo nas partes marginais, por serem de constituição mais tenras, de mais fácil erosão.
Por sua vez batólitos correspondem a tentativa de saída de material magmático, que tenta chegar a superfície através de fendas nas rochas adjacentes. Podemos dizer que os batólitos são diques de lavas em rochas preexistentes.
Enquanto que os lacólitos são verdadeiros “lagos de lavas” que solidificaram-se no interior da litosfera, formando, às vezes, grandes extensões. Sua figura se parece a de um cogumelo atômico.

IMPORTANTE: Embora nos dias atuais o Brasil não apresente nenhum vulcão ativo, sabemos que no passado geológico ocorreram atividades vulcânicas intensas em nosso território, sobretudo na Era Mesozóica (Período Cretáceo).
Os vulcões podem ser o resultado da movimentação das placas tectônicas

A região mais atingida é a que vai do estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul, possibilitando a formação do basalto, de solos vulcânicos (a terra roxa) e de falésias basálticas. No início do Cenozóico Terciário ocorreu a formação das ilhas oceânicas, a partir do vulcanismo no fundo do mar, originando o arquipélago de Fernando de Noronha, as ilhas da Trindade e Martin Vaz, além dos penedos de São Pedro e São Paulo.
Os vulcões podem ser classificados de acordo com o tipo de suas atividades: linear, peleana, submarina e hawaiana. 

 Linear ou Irlandês São vulcões provenientes de fendas, que expelem grande quantidade de lava. As atividades desse tipo ocorrem na Islândia  e na Nova Zelândia, onde em 1886 abriu-se numa explosão uma fenda de 15km de comprimento sobre a qual se formaram inúmeras crateras.

Peleana São os vulcões que expelem grande quantidade de gases ardentes em violentas explosões, lançando lava a quilômetros de distância. O nome faz referência ao Monte Pelee, na Martinica, onde foi observada pela primeira vez uma explosão deste tipo. Os vulcões peleanos têm as erupções mais devastadoras. Entre eles estão o Vesúvio, o Etna, o Stromboli, na Itália, o Átila (Grécia) e Krakatoa (Indonésia), que na sua última erupção em 27 de agosto de 1883, foi responsável pela maior explosão vulcânica da história. Ele lançou lava a uma altura de 55 km que, dez dias depois, caiu em forma de cinza numa distância de até 5. 330 km. A explosão devastou 163 povoados e matou 36. 380 pessoas
Submarina Ocorre no relevo submarino, quando as placas tectônicas  se afastam. O derrame de lava acontece tranqüilamente, já que a pressão da água impede a formação de vapores. Em 1957 foi observado uma erupção submarina no arquipélago dos Açores, na costa noroeste da África, provocando ebulição da água na região.

Hawaiana São vulcões que expelem grandes quantidades de lava, de forma ordenada e sem explosões. Têm este nome porque a região do Havaí  (EUA) é a que apresenta maior concentração de vulcões deste tipo. O Mauna Loa é um dos exemplos desse tipo de vulcanismo.


OS AGENTES DO RELEVO

OS AGENTES EXÓGENOS OU MODIFICADORES DO RELEVO

Constituem os agentes do Modelado ou de Dinâmica Externa, responsáveis pelas formas do relevo terrestre através dos processos de erosão, transporte e acumulação de sedimentos. Entre os principais agentes modeladores do relevo estão o intemperismo, as águas correntes, os ventos, oceanos e mares, as geleiras e os seres vivos.

1.   INTEMPERISMO OU METEORIZAÇÃO: Constitui um conjunto de processos físicos, químicos e biológicos responsáveis pela desagregação e decomposição das rochas. O resultado final do intemperismo é a formação dos solos, que estudaremos no capítulo seguinte.

TIPO DE INTEMPERISMO
·      FÍSICO OU MECÂNICO: causado pelas variações diárias de temperatura, com dilatação e contração sucessivas das rochas (Termoclastia), provocando uma desagregação mecânica. É típico das áreas com grande amplitude térmica (muito quente durante o dia e mais frio à noite), como no sertão nordestino.

Obs: quando submetida a baixas temperaturas, a água congela e aumenta de volume (crioclastia). A água das chuvas que fica retida na fenda de uma rocha, congela durante à noite em regiões mais frias e ao sofrer dilatação contribui para a quebra ou detrificação lenta  dessa rocha.

·      QUÍMICO : Ocorre pela atuação da água, causando desgaste e decomposição das rochas por meio reações químicas, relacionadas diretamente com as variações de temperatura e umidade. Nas áreas de clima úmido, por exemplo, o processo de decomposição das rochas é maior do que nas regiões áridas.
·      O oxigênio e o gás carbônico presentes na água são determinantes nesse processo .

* BIOLÓGICO: Se dá através da ação lenta, porém contínua, dos seres vivos ( plantas, fungos, bactérias, algas, etc.) sobre as rochas. Exemplo disso são as raízes de uma árvore que ao penetrarem nas fendas de uma rocha, contribuem para o rompimento das paredes dessa rocha já fraturada ou diaclasada.

2.   ÁGUAS CORRENTES:  Constituem o agente externo de maior atuação no relevo terrestre, com grande influência no modelado. Se manifesta através dos rios, enxurradas e torrentes.

* OS RIOS: Realizam três trabalhos de grande importância no modelado: erosão fluvial, transporte e acumulação fluvial.

Obs: estudaremos o trabalho dos rios e sua importância como agente modificador do relevo em um capítulo mais à frente.

·      AS ENXURRADAS: Correspondem a um escoamento superficial das águas das chuvas (águas pluviais), podendo tornar-se de grande poder destrutivo, dependendo da intensidade das chuvas, da declividade do terreno, da maior ou menor densidade da cobertura vegetal, etc...
As enxurradas podem provocar a formação de canais de escoamento nas vertentes dos morros, abrindo sulcos no solo, denominados de ravinas.

·      AS TORRENTES : São pequenos cursos de água, estreito e de pouca profundidade. O escoamento das águas superficiais, somado aos lençóis d’´água, podem também levar a formação das voçorocas, estas bem mais largas e mais profundas que as ravinas de caráter temporário, encontrados nas encostas montanhosas no período de chuvas. As torrentes são formadas por uma bacia de recepção, um canal de escoamento e um cone de dejeção ou de detritos.




3. VENTOS : O trabalho realizado pelos ventos é mais importante nas regiões áridas, semi-áridas e em algumas áreas litorâneas. São três tipos de trabalho: erosão, transporte e deposição.

* EROSÃO EÓLICA – Atuando sobre diferentes  tipos de rochas, o vento realiza um trabalho sobretudo escultural, originando formas bastante variadas e bem típicas da ação eólica (taças, arcos, etc.).

Esse trabalho do vento, esculpindo as rochas, denomina-se corrasão.
O vento também executa um trabalho de varredura, a partir da retirada de sedimentos soltos sobre a superfície e seu posterior transporte. A essa reação dá-se o nome de deflação.

·      ACUMULAÇÃO EÓLICA: O trabalho de acumulação eólica dá origem às Dunas e ao Solo de Löess.
Duna
a.   As Dunas: São montes de areia depositados pelos ventos. Existem dunas litorâneas ( nas regiões costeiras) e continentais ( no interior dos continentes) Dunas de 100 metros ou mais altura são encontradas no deserto do Saara e recebem o nome de Ergs.
b.   Löess: são depósitos formados por partículas de granulação muito fina, ricas em calcário de cor amarelada (“terra amarela”), que são transportadas e depositadas pelos ventos, dando origem a solos de boa fertilidade agrícola. São encontrados principalmente na China, na Europa, na América do Norte e na Argentina.
 

Obs: no território brasileiro as dunas aparecem sobretudo no litoral  setentrional, sob a ação dos ventos alísios de Nordeste, sendo típicas do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão etc.

ABRASÃO MARINHA

4. OCEANOS  E MARES : Também realizam dois tipos de trabalho, erosão marinha (Abrasão) e acumulação, através da ação das ondas e das correntes marítimas ao longo dos litorais.

O trabalho de erosão marinha ou abrasão é realizado sobre falésias  ou costas altas, que constituem paredões rochosos, bastante íngremes, em contato direto com o mar (falésias vivas). As ondas que arrebentam sobre as falésias, destroem a base e causam o desmoronamento da parte superior , provocando a acumulação do material desagregado na parte inferior, formando a chamada plataforma de abrasão. Assim, vai ocorrendo um contínuo recuo das falésias, que num determinado estágio podem não mais sofrer a ação abrasiva do mar ( falésias mortas).

Importante: No litoral sul do Brasil ocorrem as falésias basálticas, como em Torres, no Rio Grande do Sul. Já no litoral nordestino elas aparecem sob a forma de barreiras sedimentares, em muitos casos já bastante recuadas, sendo muito comuns nas costas do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, etc.


O trabalho de acumulação marinha resulta na formação de praias, restingas, tômbolos e recifes ( costas baixas).

·      PRAIAS; São faixas arenosas de largura variável, constituídas sobretudo por grãos de quartzo e  limitadas pelos níveis máximos da preamar e da baixamar.
·      RESTINGAS: São estreitas faixas arenosas, paralelas à costa, formadas pela acumulação de sedimentos marinhos e continentais na entrada de baías, golfos e estuários de rios, no interior dos quais vão se formar lagunas e lagoas costeiras. Exemplo disso é o sistema lacustre do Rio Grande do Sul, formado pela laguna dos Patos e pelas lagoas Mirim e Mangueira.





 
     TÔMBOLOS: São cordões de areia que ligam o continente a uma ilha próxima à costa, formando uma espécie de “ponte natural”. No Brasil temos como exemplo o Tômbolo na ilha Porchat, no litoral paulista.






 





·      RECIFES: São também resultantes do trabalho de acumulação marinha, podendo ser de dois tipos:

a . De Arenito: resultantes da cimentação ou consolidação de antigas praias, por meio de processos físico-químicos. Ex: os recifes que se alinham ao longo do litoral nordestino, inclusive em Pernambuco.

c.   De Corais: resultam da acumulação e consolidação da fauna marinha ( conchas, corais e demais celenterados), também através de processos físico-químicos. Formam os Atóis, recifes em forma de círculo em torno de uma laguna. Exemplo: o atol das Rocas (próximo ao arquipélago de Fernando de Noronha) e o arquipélago dos Abrolhos na Bahia.


TIPOS DE COSTAS

·         COSTAS DE IMERSÃO OU SUBMERSÃO:  encontram-se em litorais que sofreram transgressão marinha, ou seja, invasão das águas oceânicas. Nesse caso podemos citar como exemplos:

a.      As Rias: antigos vales fluviais posteriormente invadidos pelo mar. São comuns  nas costas da Espanha e da Grã-Bretanha.
b.      As costas Dálmatas: antigos litorais formados de rochas calcárias, que mais tarde sofreram transgressão marinha, ficando parcialmente submersos. As partes mais elevadas constituem inúmeras ilhas próximas à costa, sendo muito comuns na Noruega, Islândia, Groelândia e Sul do Chile .

c.      COSTAS DE EMERSÃO: encontram-se em litorais que sofrem uma grande acumulação de sedimentos marinhos e também continentais ( aluviões trazidos pelos rios), apresentando inúmeras formações de restingas, tômbolos, praias, etc...

5. GELEIRAS:  a exemplo dos demais agentes do modelado, as geleiras também realizam trabalhos de erosão, transporte e deposição de materiais, dominando nas regiões de altas latitudes e de grandes altitudes.



TIPOS DE GELEIRAS

-       Alpinas : ocorrem no alto das montanhas.
-       De Piemonte: se acumulam no sopé ou base das montanhas.
-       Continentais (Inlandsis): se espalham por extensas  áreas no interior dos Continentes, a exemplo do que ocorre na Groenlândia, Canadá e Antártida.

EROSÃO GLACIAL: É responsável pela formação de grandes vales glaciais ( vales em forma de U), com leitos erodidos e paredes abruptas, por onde se dá o escoamento do gelo. Muitos desses vales, escavados pelas geleiras, deram origem aos fiordes, mais tarde invadidos pelas águas do mar, como já vimos nesse capítulo. A erosão glacial também pode dar origem a lagos glaciais, como é o caso dos Grandes Lagos na América do Norte,

Tanto nas formação dos vales quanto dos lagos glaciais, o peso das geleiras, acumuladas em terreno pouco resistentes, comprime o solo para baixo, rebaixando-o e dando origem a grandes depressões.

Himalaia

 
ACUMULAÇÃO GLACIAL: Ao descer pelas encostas montanhosas e pelos vales, as geleiras transportam grande quantidade de fragmentos rochosos, os quais ao serem depositados vão formar as Morainas ou Morenas.
Importante: Os Icebergs constituem grandes blocos de gelo de origem continental e que lançados ao mar, são transportados pelas correntes marítimas, até sofrerem  total derretimento na medida em que se aproximam dos trópicos. Portanto, os Icebergs são formados de água doce.
Já as banquisas ou Icefields são campos de gelo resultantes do congelamento superficial das águas oceânicas, em mares costeiros  ou interiores, onde os invernos são mais rigorosos, sendo constituídos, portanto, de água salgada.

6. SERES VIVOS: a ação dos seres vivos sobre o modelado é também de grande importância, sendo representada principalmente pelo trabalho do homem (ação antrópica), que em grande parte é feito sem um estudo mais detalhado sobre os impactos que esse trabalho pode causar ao meio ambiente. Com o objetivo de ajustar a natureza aos seus interesses o homem faz aterros indevidos, corta barrancos para a construção de estradas sem a devida proteção, realiza queimadas indiscriminadamente, desmata sem nenhum controle, degrada os solos, desertifica, altera o traçado dos rios...
É preciso que a ação do homem sobre a natureza se paute na racionalidade, na sustentabilidade e na elaboração e execução efetiva de programas de impactos ambientais, que visem a proteção da natureza e a melhoria da qualidade de vida do próprio homem.