A Terra já foi um planeta incandescente?
Sim, O impacto dessa multidão de objetos de todos os tamanhos de encontro com a terra no seu caminho ao redor do sol teria provocado grandes elevações da sua temperatura. Esses choques de corpos de grande massa, liberavam energia suficiente para manter a terra em estado de fusão parcial. Há 4.3 bilhões de anos a temperatura começou a cair proporcionando a formação da crosta terrestre, porém no interior do planeta os fluxos de calor vão gerar correntes de convecção que vão fraturar a crosta e formar vulcões.
A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA
A maior parte do conhecimento que temos do interior da Terra é obtido por via indireta. Grande parte das informações nos chegam através do estudo da liberação e propagação das ondas sísmicas durante os terremotos. É possível saber o tipo de material que essas ondas atravessam (sólido, pastoso, mais ou menos resistente, etc.) e a partir daí conhecer melhor a estrutura interna de nosso planeta. O processo de vulcanismo, também nos oferece informações valiosas sobre o interior da Terra.
IMPORTANTE: as dificuldades encontradas para penetrar mais profundamente no interior da Terra vão desde as elevadas pressões até o aumento da densidade dos minerais e da temperatura interna (Grau Geotérmico). Lembre-se que, em média, entre 30 e 40 metros de profundidade a temperatura aumenta 1º C.
AS CAMADAS DA TERRA
Quando estudamos a estrutura interna da Terra, podemos dividi-la em três camadas principais, como veremos a seguir:
1.Litosfera: é a camada mais externa, sendo constituída de rochas. É também denominada de CROSTA TERRESTRE, sendo dividida em duas partes: SIAL (silício e alumínio) e SIMA (silício e Magnésio). Sua espessura varia de 50 a 60 Km, sendo maior sob os continentes do que sob os oceanos o SIAL compreende a parte mais externa da litosfera, com uma espessura entre 15 e 25 km; nele se encontram o solo e o subsolo. O SIMA apresenta minerais com maior densidade e sua espessura varia de 30 a 35 km.
2.Manto: trata-se da camada intermediária, aparecendo aí o magma, material fluido-pastoso decorrente das altas temperaturas (4.000ºC). Também é denominada de MAGMA ou PIROSFERA e sua espessura atinge cerca de 4.600 Km. Divide-se em MANTO SUPERIOR e MANTO INFERIOR.
Obs: No manto superior encontra-se a ASTENOSFERA (cerca de 100 km sob os continentes e 50 km sob o piso oceânico). É na Astenosfera onde se formam as correntes de convecção magmáticas responsáveis pelo deslocamento das placas tectônicas (Teoria da Tectônica de Placas) que estudaremos mais adiante.
Composição do nosso planeta
O conceito de mineral é complexo e de difícil definição, de resto como todas as definições. Contudo, atendendo aos nossos objetivos, podemos considerá-los como substâncias naturais, inorgânicas, caracterizados por propriedades físicas e químicas determinadas.
Para classificarmos os minerais devemos levar em conta a sua dureza, brilho e raridade.
. A dureza é, por definição, a resistência que um mineral oferece à risca provocada por uma ação mecânica externa. Na prática mineralógica utilizam-se escalas de dureza relativas, representadas por determinados minerais. A mais comum é a escala de Mohs, que contem 10 graus e é composta unicamente por minerais de risca branca. Os minerais estão ordenados segundo o seu grau de dureza, do menos ao mais duro e do seguinte modo: 1-talco, 2-gesso, 3-calcita, 4-fluorita, 5-apatita, 6-ortóclase, 7-quartzo, 8-topázio, 9-corindon, 10-diamante.
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MINERAIS E A ESCALA DE DUREZA |
O brilho pode ser classificado como vítreo como é o caso do quatzo que é um dos minerais mais encontrados no nosso planeta, ou como metálico como é o caso da galena que é o mineral utilizado para se obter o chumbo.
O fator raridade é muito importante, pois quanto mais raro o mineral maior é o seu valor e mais difícil de encontrar na natureza. Podendo ser muito raro como é ocaso do rubi verdadeiro, ou pouco raro como é o caso do quartzo.
Cristais
São minerais que apresentam uma arranjo interno tridimensional, e de acordo com as qualidades acima citadas pode receber o nome de pedras preciosas ou gemas.
AS ROCHAS
As rochas são agregados minerais, formados por um ou diversos minerais consolidados. Quanto à sua origem as rochas podem ser:
1.Magmáticas ou Ígneas: são formadas pela solidificação do magma fluido –pastoso existente no interior da Terra. São rochas primárias (foram as primeiras a se formar em nosso planeta), bastante resistentes, constituindo o embasamento rochoso dos atuais continentes, formam as chamadas rochas cristalinas.
As rochas magmáticas podem ser:
a) Intrusivas ou Plutônicas: quando formadas no interior da Terra, pela consolidação lenta do material magmático. Exemplos: o granito e o gabro.
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granito |
b) Extrusivas ou vulcânicas : quando formadas na superfície terrestre, através da consolidação rápida magma, em contato com o ar atmosférico. Exemplo: basalto.
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Basalto |
Obs: existe ainda uma formação intermediária entre as rochas intrusivas e as extrusivas : são as rochas HIPOABISSAIS. Ocorrem quando o magma não chega a superfície terrestre, se infiltrando e se consolidando a pequenas profundidades, nas fendas de outras rochas já formadas. Como exemplo podem ser citadas o diabásio e siento.
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estrutura sedimentar |
2. Sedimentares ou Estratificadas : são formadas pela acumulação de fragmentos de outras rochas, de matéria orgânica ou de substâncias dissolvidas na água. Após sofrer a ação de transporte, esse material é precipitado e acumulado em um dos muitos ambientes de sedimentação da Terra, dando origem a três tipos de rochas sedimentares:
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Conglomerado |
a) Sedimentares Detríticas: arenito e argila
b) Sedimentares Químicas:calcário, sal-gema, estalactites e estalagmites.
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Calcário Conquífero |
c) Sedimentares Orgânicas : carvão mineral .
Uma característica marcante das rochas sedimentares é a sua estratificação, ou seja, os sedimentos vão se acumulando e formando camadas horizontais sucessivas. Assim, as camadas mais profundas são as mais antigas, ao contrário das camadas mais próximas da superfície que são as mais recentes. A partir daí é possível fazer a datação da rocha e dos fósseis de animais e vegetais nela encontrados; chama-se isso estratifigrafia e foi graças a ela, por exemplo, que foi possível estimarmos a idade da Terra em cerca de 5 bilhões de anos.
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trilobita |
3. Metamórficas: são formadas pelas transformações sofridas por rochas pré-existentes (magmáticas e sedimentares), quando submetidas a elevadas temperaturas, altas pressões e fortes atritos. Exemplos: A ardósia (origina-se da argila), o mármore (origina-se do calcário) e o gnaisse (origina-se do granito).
OS AGENTES DO RELEVO
O Relevo Terrestre é constituído pelas diferentes formas e aspectos da camada externa da crosta ou litosfera, como as planícies, os planaltos, as montanhas, as depressões, etc. Esse relevo é resultado da ação conjunta e contínua dos chamados Agentes do Relevo, que se distribuem da seguinte forma:
a. Agentes Endógenos ou Construtores do Relevo
b. Agentes Exógenos ou Modificadores do Relevo
Antes de conhecermos esses agentes (quem são e como atuam), vamos falar um pouco da Teoria da Deriva Continental e da Teoria Tectônica de Placas.
A TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL
Essa Teoria tem como autor o meteorologista alemão Alfred Wegener, que no inicio do século passado (1915) publicou no livro A Origem dos Oceanos e dos Continentes, a tese de que até por volta de 200 milhões de anos (Era mesozóica/ Período Cretáceo) todos os continentes achavam-se reunidos em um só bloco de terras, chamado por ele de Pangéia. Para fundamentar sua teoria, Wegener utilizou vários argumentos, dentre eles a semelhança entre as linhas de recorte do litoral ocidental da África e do litoral brasileiro, que a exemplo de outros continentes se encaixam como se fossem peças de um quebra cabeça. Ele também comprovou a semelhança de estruturas rochosas e de fósseis de animais e vegetais em regiões hoje muito distantes, mas que deveriam estar juntas no passado. No entanto Wegener não soube explicar como os continentes conseguiam se mover, o que levou muitos cientistas da época a refutar suas idéias.
A TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS
Foi publicada em 1967 pelo cientista norte-americano Jason Morgan, como resultado de estudos e pesquisas desenvolvidas durante anos por ele e outros pesquisadores. De acordo com essa teoria, a Litosfera encontra-se fragmentada, dividindo-se em várias partes; a essas partes damos o nome de Placas Tectônicas. Essas placas flutuam sobre o magma pastoso encontrado no Manto, mas precisamente na Astenosfera, onde esse magma, como já vimos anteriormente, forma correntes convectivas que impulsionam as placas litosféricas nas mais diferentes direções. Daí se originam a migração dos continentes (comprovada definitivamente na década de 80, com fotos à base de laser tiradas de satélites em órbita da Terra), os abalos sísmicos, o vulcanismo, a formação de cadeias montanhosas continentais (as grandes cordilheiras, como os Andes, os Alpes e o Himalai) e oceânicas (como as Dorsais do Pacífico e do Atlântico) e a formação de fossas oceânicas. Tudo isso é decorrente do choque ou do afastamento das placas, como nos mostra a figura abaixo.
O TECTONISMO
Constitui movimentos lentos e prolongados da crosta terrestre, provocando deformações (diatrofismos) nas rochas (dobras e falhas). Se Manifesta através da orogênese e da epirogênese.
Orogênese: resulta da ação de forças horizontais sobre rochas de menor resistência, causando nessas rochas a formação de dobras ou dobramentos. A orogênese é típica das áreas de contato entre as placas tectônicas, provocando a formação de elevadas cadeias montanhosas, como as cordilheiras datadas do Cenozóico Terciário (Andes, Alpes, Rochosas, Himalaia, etc), por isso mesmo denominadas de dobramentos terciários ou dobramentos modernos.
Obs: numa sucessão de dobras distinguem-se dois elementos : o SINCLINAL ( parte da dobra
com o dorso para baixo) e o ANTICLINAL ( parte da dobra com o dorso para cima).
IMPORTANTE : No Brasil não há ocorrência de dobramentos modernos. Lembre-se que a Cordilheira dos Andes, dobramentos terciário da América do Sul, não corta nosso território.
Epirogênese: Resulta da ação de forças verticais sobre rochas de maior resistências, causando nas mesmas fraturas ou diáclases, como posterior formação de falhas ou paráclases. A epirogênese provoca o soerguimento ou o rebaixamento de grandes porções da crosta terrestre, levando a um equilíbrio isostático ou isostasia ( iso = igual a stasis = equilíbrio) .
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Isostasia |
A epirogênese pode ocorrer, por exemplo, quando uma região sofre uma sobrecarga causada por acumulação de gelo apresentando então rebaixamento com o degelo e a diminuição dessa sobrecarga, a região passa a sofrer um soerguimento . Exemplo disso é a penísula da Escandinávia, atingida por intensas glaciações no período Quaternário.
Os movimentos tectônicos de subida e descida da crosta terrestre são também responsáveis pelas transgressões e regressões marinhas, ou seja, avanços e recuos das águas oceânicas em razão do rebaixamento da placa continental e do soerguimento da placa oceânica ou vice-versa.
Os falhamentos causados por epirogênese ocorrem em regiões onde as rochas resistem às pressões causadas pelo deslocamento tectônico, quando, então,o bloco rochoso rompe sem dobrar.
A “falha normal”, no seu processo evolutivo, pode vir a originar “horst” – que é a parte elevada de uma falha, e “graben’ que é a parte rebaixada de uma falha. Quando os grabens ou fossas tectônicas coincidem com vales fluviais originam os rift valley, sendo o da Etiópia/Tanzânia, na África Oriental, com 2 440 Km o exemplo mais significativo. Os rift valley podem ser definidos como vales de afastamento, pois coincidem com as zonas de afastamento das placas tectônicas divergentes.
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tsunami |
OS ABALOS SÍSMICOS (Terremotos e Maremotos)
São movimentos súbitos da crosta terrestre, que se propaga por meio de vibrações, denominadas de ondas sísmicas.
CAUSAS DOS TERREMOTOS
VULCANISMO: as atividades vulcânicas podem causar tremores, geralmente de pequena intensidade e em áreas restritas às zonas vulcânicas.
DESABAMENTO INTERNO OU ACOMODAÇÀO DE TERRENOS
São também tremores de baixa intensidade, mas que podem ocorrer em qualquer parte do globo, inclusive em terrenos antigos. É a causa dos abalos que ocorrem em alguns pontos do território brasileiro, como em Caruaru (PE), João Câmara (RN) entre outros.
TECTONISMO SÚBITO: É causado pelo movimento e choque de placas tectônicas, levando a ocorrência dos mais violentos e destruidores terremotos e maremotos, estes últimos quase sempre acompanhados de ondas gigantescas (Tsunamis).
Esses terrremotos ocorrem em zonas de relevo recente (Terciário e Quaternário) e, portanto, de grande instabilidade tectônica, pois coincidem com as áreas de limites entre as placas tectônicas. Como o território brasileiro encontra-se localizado praticamente no meio de placa Sul-Americana e, conseqüentemente, distante desses limites, aqui não ocorrem tremores violentos nem vulcões ativos na atualidade.
A intensidade, a magnitude e a propagação das ondas sísmicas são registrados no sismógrafo, que emite sismogramas, através dos quais é possível estudar o interior da Terra.
Nos abalos sísmicos o local no interior da litosfera de onde partem as ondas vibratórias chama-se HIPOCENTRO. Já o local na superfície onde o tremor se manifesta é denominado de EPICENTRO.
As escalas mais comuns que registram a intensidade das ondas sísmicas. São as de Mercalli é de Richter.
Obs: Cerca de 42% dos epicentros registrados na superfície da terra ocorrem na orla do Oceano Pacífico, na região conhecida como círculo de fogo.
Saiba mais
RADIAÇÃO, CALOR, MOVIMENTO: TERREMOTO
Mais uma vez, a ciência é pega de surpresa. Não previu o abalo que destruiu a cidade de Kobe, no Japão e deixou milhares de mortos. Veja o que os pesquisadores sabem sobre a origem dos grandes tremores e o que eles estão fazendo para tentar diminuir os estragos e o número de mortes.
A Terra é quente por dentro porque, em parte, ainda guarda um pouco do calor criado durante o seu nascimento, há 4,5 bilhões de anos. Mas, principalmente, porque sua massa contém materiais radioativos. A radiação acumula-se no interior do planeta e mantém as rochas derretidas, fazendo balançar a frágil casca rígida sobre a qual erguem-se os continentes e os oceanos. É como nascem os terremotos. A ciência sabe disso, mas não sabe como preveni-los. Um dos motivos é a escala gigantesca desses fenômenos.
O nome dessa casca é litosfera. Ela é fina e está toda rachada: é composta por cerca de 20 pedaços, chamados placas tectônicas. São formidáveis jangadas de pedra, flutuando sobre a massa interna. Quando dois pedaços dessa casca, resvalam um pouco, liberam de forma explosiva uma energia equivalente a milhares de bombas atômicas. As explosões são o motor dos terremotos.
Aqui você vai entender a origem das ondas de choque que destróem prédios, estradas e diques. E matam milhares de pessoas. Exemplos recentes dessa força foram o terremoto que arrasou Kobe no dia 17 de janeiro, matando cerca de 5 000 pessoas, aquele que destruiu Tangshan, na China, em 1976, deixando 240 000 mortes, o da Armênia em 1988, e também os terremotos violentíssimos do Japão, em 1992, e o da Bolívia em 1994, que não mataram porque atingiram regiões pouco habitadas . Um dos passos importantes da ciência para conhecer os terremotos foi a construção da primeira “régua” para cmpará-los. Ela foi criada por Charles Richter (1900-1985), em 1935, e indica a quantidade de energia liberada em um terremoto. A escala começa pelos mais fracos já registrados. Por convenção, a eles foi atribuído o grau zero na força dos tremores. Depois, cada ponto indica um aumento de 30 vezes na liberação de energia. Indica também um aumento de dez vezes na magnitude do tremor.
A escala Richter não tem um limite superior, mas o mais violento terremoto já registrado mediu 9,2 graus e aconteceu no Japão, em 1992. A energia liberada em um terremoto desses equivaleria a uma bomba de hidrogênio de 20 000 megatons, um milhão de vezes mais poderosa da bomba de Nagasaki. O abalo de Kobe, no dia 17 de janeiro último, liberou 25 megatons. Tremores de 5 graus são considerados de leves a moderados, os de 6 graus, fortes, e os de mais de 7 graus, muito fortes.
Fonte: revista super interessante
O VULCANISMO
É o processo pelo qual o material magmático existente no interior da Terra chega até a superfície do planeta para formar rochas magmáticas, vulcões e ilhas oceânicas vulcânicas.
Observamos que as atividades vulcânicas coincidem com as zonas de falhas recentes e de dobramentos modernos, áreas muito instáveis e sujeitas a ocorrências de tremores de terra, localizadas quase sempre próximas aos oceanos (Círculo de Fogo do Pacífico e Círculo de Fogo do Atlântico).
Vulcão é uma abertura por onde saem os materiais vulcânicos, também chamado de piroclástico como gases, vapor d’água, cinzas, fumaças, lavas, pedras e calor, muito calor.Um edifício vulcânico apresenta as seguintes partes:
1. Câmara magmática – Ambiente onde se acumula o magma até o momento da explosão.
2. Chaminé – Local por onde sai o material vulcânico.
3. Dique – Local por onde escorre o material pastoso.
4. Cratera – Do grego Kráter.
Da extrusão (saída) ou ainda da intrusão (entrada) de material magmático podem dar origem a: domos, necks, batólitos, lacólitos.
Domos são abaulamentos da superfície da Terra pelo acúmulo de material vulcânico,lavas, no interior da superfície, originando colinas.
Já os necks compreendem a antigas chaminés vulcânicas, preenchidas por lavas solidificadas, que aparecem no horizonte sob a forma de elevações arredondadas, colinosas, resultantes do desgaste erosivo nas partes marginais, por serem de constituição mais tenras, de mais fácil erosão.
Por sua vez batólitos correspondem a tentativa de saída de material magmático, que tenta chegar a superfície através de fendas nas rochas adjacentes. Podemos dizer que os batólitos são diques de lavas em rochas preexistentes.
Enquanto que os lacólitos são verdadeiros “lagos de lavas” que solidificaram-se no interior da litosfera, formando, às vezes, grandes extensões. Sua figura se parece a de um cogumelo atômico.
IMPORTANTE: Embora nos dias atuais o Brasil não apresente nenhum vulcão ativo, sabemos que no passado geológico ocorreram atividades vulcânicas intensas em nosso território, sobretudo na Era Mesozóica (Período Cretáceo).
Os vulcões podem ser o resultado da movimentação das placas tectônicas
A região mais atingida é a que vai do estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul, possibilitando a formação do basalto, de solos vulcânicos (a terra roxa) e de falésias basálticas. No início do Cenozóico Terciário ocorreu a formação das ilhas oceânicas, a partir do vulcanismo no fundo do mar, originando o arquipélago de Fernando de Noronha, as ilhas da Trindade e Martin Vaz, além dos penedos de São Pedro e São Paulo.
Os vulcões podem ser classificados de acordo com o tipo de suas atividades: linear, peleana, submarina e hawaiana.
Linear ou Irlandês – São vulcões provenientes de fendas, que expelem grande quantidade de lava. As atividades desse tipo ocorrem na Islândia e na Nova Zelândia, onde em 1886 abriu-se numa explosão uma fenda de 15km de comprimento sobre a qual se formaram inúmeras crateras. Peleana –São os vulcões que expelem grande quantidade de gases ardentes em violentas explosões, lançando lava a quilômetros de distância. O nome faz referência ao Monte Pelee, na Martinica, onde foi observada pela primeira vez uma explosão deste tipo. Os vulcões peleanos têm as erupções mais devastadoras. Entre eles estão o Vesúvio, o Etna, o Stromboli, na Itália, o Átila (Grécia) e Krakatoa (Indonésia), que na sua última erupção em 27 de agosto de 1883, foi responsável pela maior explosão vulcânica da história. Ele lançou lava a uma altura de 55 km que, dez dias depois, caiu em forma de cinza numa distância de até 5. 330 km. A explosão devastou 163 povoados e matou 36. 380 pessoas.
Submarina – Ocorre no relevo submarino, quando as placas tectônicas se afastam. O derrame de lava acontece tranqüilamente, já que a pressão da água impede a formação de vapores. Em 1957 foi observado uma erupção submarina no arquipélago dos Açores, na costa noroeste da África, provocando ebulição da água na região. Hawaiana – São vulcões que expelem grandes quantidades de lava, de forma ordenada e sem explosões. Têm este nome porque a região do Havaí (EUA) é a que apresenta maior concentração de vulcões deste tipo. O Mauna Loa é um dos exemplos desse tipo de vulcanismo.
OS AGENTES DO RELEVO
OS AGENTES EXÓGENOS OU MODIFICADORES DO RELEVO
Constituem os agentes do Modelado ou de Dinâmica Externa, responsáveis pelas formas do relevo terrestre através dos processos de erosão, transporte e acumulação de sedimentos. Entre os principais agentes modeladores do relevo estão o intemperismo, as águas correntes, os ventos, oceanos e mares, as geleiras e os seres vivos.
1. INTEMPERISMO OU METEORIZAÇÃO: Constitui um conjunto de processos físicos, químicos e biológicos responsáveis pela desagregação e decomposição das rochas. O resultado final do intemperismo é a formação dos solos, que estudaremos no capítulo seguinte.
TIPO DE INTEMPERISMO
· FÍSICO OU MECÂNICO: causado pelas variações diárias de temperatura, com dilatação e contração sucessivas das rochas (Termoclastia), provocando uma desagregação mecânica. É típico das áreas com grande amplitude térmica (muito quente durante o dia e mais frio à noite), como no sertão nordestino.
Obs: quando submetida a baixas temperaturas, a água congela e aumenta de volume (crioclastia). A água das chuvas que fica retida na fenda de uma rocha, congela durante à noite em regiões mais frias e ao sofrer dilatação contribui para a quebra ou detrificação lenta dessa rocha.
· QUÍMICO : Ocorre pela atuação da água, causando desgaste e decomposição das rochas por meio reações químicas, relacionadas diretamente com as variações de temperatura e umidade. Nas áreas de clima úmido, por exemplo, o processo de decomposição das rochas é maior do que nas regiões áridas.
· O oxigênio e o gás carbônico presentes na água são determinantes nesse processo .
* BIOLÓGICO: Se dá através da ação lenta, porém contínua, dos seres vivos ( plantas, fungos, bactérias, algas, etc.) sobre as rochas. Exemplo disso são as raízes de uma árvore que ao penetrarem nas fendas de uma rocha, contribuem para o rompimento das paredes dessa rocha já fraturada ou diaclasada.
2. ÁGUAS CORRENTES: Constituem o agente externo de maior atuação no relevo terrestre, com grande influência no modelado. Se manifesta através dos rios, enxurradas e torrentes.
* OS RIOS: Realizam três trabalhos de grande importância no modelado: erosão fluvial, transporte e acumulação fluvial.
Obs: estudaremos o trabalho dos rios e sua importância como agente modificador do relevo em um capítulo mais à frente.
· AS ENXURRADAS: Correspondem a um escoamento superficial das águas das chuvas (águas pluviais), podendo tornar-se de grande poder destrutivo, dependendo da intensidade das chuvas, da declividade do terreno, da maior ou menor densidade da cobertura vegetal, etc...
As enxurradas podem provocar a formação de canais de escoamento nas vertentes dos morros, abrindo sulcos no solo, denominados de ravinas.
· AS TORRENTES : São pequenos cursos de água, estreito e de pouca profundidade. O escoamento das águas superficiais, somado aos lençóis d’´água, podem também levar a formação das voçorocas, estas bem mais largas e mais profundas que as ravinas de caráter temporário, encontrados nas encostas montanhosas no período de chuvas. As torrentes são formadas por uma bacia de recepção, um canal de escoamento e um cone de dejeção ou de detritos.
3. VENTOS : O trabalho realizado pelos ventos é mais importante nas regiões áridas, semi-áridas e em algumas áreas litorâneas. São três tipos de trabalho: erosão, transporte e deposição.
* EROSÃO EÓLICA – Atuando sobre diferentes tipos de rochas, o vento realiza um trabalho sobretudo escultural, originando formas bastante variadas e bem típicas da ação eólica (taças, arcos, etc.).
Esse trabalho do vento, esculpindo as rochas, denomina-se corrasão.
O vento também executa um trabalho de varredura, a partir da retirada de sedimentos soltos sobre a superfície e seu posterior transporte. A essa reação dá-se o nome de deflação.
· ACUMULAÇÃO EÓLICA: O trabalho de acumulação eólica dá origem às Dunas e ao Solo de Löess.
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Duna |
a. As Dunas: São montes de areia depositados pelos ventos. Existem dunas litorâneas ( nas regiões costeiras) e continentais ( no interior dos continentes) Dunas de 100 metros ou mais altura são encontradas no deserto do Saara e recebem o nome de Ergs.
b. Löess: são depósitos formados por partículas de granulação muito fina, ricas em calcário de cor amarelada (“terra amarela”), que são transportadas e depositadas pelos ventos, dando origem a solos de boa fertilidade agrícola. São encontrados principalmente na China, na Europa, na América do Norte e na Argentina.
Obs: no território brasileiro as dunas aparecem sobretudo no litoral setentrional, sob a ação dos ventos alísios de Nordeste, sendo típicas do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão etc.
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ABRASÃO MARINHA |
4. OCEANOS E MARES : Também realizam dois tipos de trabalho, erosão marinha (Abrasão) e acumulação, através da ação das ondas e das correntes marítimas ao longo dos litorais.
O trabalho de erosão marinha ou abrasão é realizado sobre falésias ou costas altas, que constituem paredões rochosos, bastante íngremes, em contato direto com o mar (falésias vivas). As ondas que arrebentam sobre as falésias, destroem a base e causam o desmoronamento da parte superior , provocando a acumulação do material desagregado na parte inferior, formando a chamada plataforma de abrasão. Assim, vai ocorrendo um contínuo recuo das falésias, que num determinado estágio podem não mais sofrer a ação abrasiva do mar ( falésias mortas).
Importante: No litoral sul do Brasil ocorrem as falésias basálticas, como em Torres, no Rio Grande do Sul. Já no litoral nordestino elas aparecem sob a forma de barreiras sedimentares, em muitos casos já bastante recuadas, sendo muito comuns nas costas do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, etc.
O trabalho de acumulação marinha resulta na formação de praias, restingas, tômbolos e recifes ( costas baixas).
· PRAIAS; São faixas arenosas de largura variável, constituídas sobretudo por grãos de quartzo e limitadas pelos níveis máximos da preamar e da baixamar.
· RESTINGAS: São estreitas faixas arenosas, paralelas à costa, formadas pela acumulação de sedimentos marinhos e continentais na entrada de baías, golfos e estuários de rios, no interior dos quais vão se formar lagunas e lagoas costeiras. Exemplo disso é o sistema lacustre do Rio Grande do Sul, formado pela laguna dos Patos e pelas lagoas Mirim e Mangueira.
TÔMBOLOS: São cordões de areia que ligam o continente a uma ilha próxima à costa, formando uma espécie de “ponte natural”. No Brasil temos como exemplo o Tômbolo na ilha Porchat, no litoral paulista.
· RECIFES: São também resultantes do trabalho de acumulação marinha, podendo ser de dois tipos:
a . De Arenito: resultantes da cimentação ou consolidação de antigas praias, por meio de processos físico-químicos. Ex: os recifes que se alinham ao longo do litoral nordestino, inclusive em Pernambuco.
c. De Corais: resultam da acumulação e consolidação da fauna marinha ( conchas, corais e demais celenterados), também através de processos físico-químicos. Formam os Atóis, recifes em forma de círculo em torno de uma laguna. Exemplo: o atol das Rocas (próximo ao arquipélago de Fernando de Noronha) e o arquipélago dos Abrolhos na Bahia.
TIPOS DE COSTAS
· COSTAS DE IMERSÃO OU SUBMERSÃO: encontram-se em litorais que sofreram transgressão marinha, ou seja, invasão das águas oceânicas. Nesse caso podemos citar como exemplos:
a. As Rias: antigos vales fluviais posteriormente invadidos pelo mar. São comuns nas costas da Espanha e da Grã-Bretanha.
b. As costas Dálmatas: antigos litorais formados de rochas calcárias, que mais tarde sofreram transgressão marinha, ficando parcialmente submersos. As partes mais elevadas constituem inúmeras ilhas próximas à costa, sendo muito comuns na Noruega, Islândia, Groelândia e Sul do Chile .
c. COSTAS DE EMERSÃO: encontram-se em litorais que sofrem uma grande acumulação de sedimentos marinhos e também continentais ( aluviões trazidos pelos rios), apresentando inúmeras formações de restingas, tômbolos, praias, etc...
5. GELEIRAS: a exemplo dos demais agentes do modelado, as geleiras também realizam trabalhos de erosão, transporte e deposição de materiais, dominando nas regiões de altas latitudes e de grandes altitudes.
TIPOS DE GELEIRAS
- Alpinas : ocorrem no alto das montanhas.
- De Piemonte: se acumulam no sopé ou base das montanhas.
- Continentais (Inlandsis): se espalham por extensas áreas no interior dos Continentes, a exemplo do que ocorre na Groenlândia, Canadá e Antártida.
EROSÃO GLACIAL: É responsável pela formação de grandes vales glaciais ( vales em forma de U), com leitos erodidos e paredes abruptas, por onde se dá o escoamento do gelo. Muitos desses vales, escavados pelas geleiras, deram origem aos fiordes, mais tarde invadidos pelas águas do mar, como já vimos nesse capítulo. A erosão glacial também pode dar origem a lagos glaciais, como é o caso dos Grandes Lagos na América do Norte,
Tanto nas formação dos vales quanto dos lagos glaciais, o peso das geleiras, acumuladas em terreno pouco resistentes, comprime o solo para baixo, rebaixando-o e dando origem a grandes depressões.
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Himalaia |
ACUMULAÇÃO GLACIAL: Ao descer pelas encostas montanhosas e pelos vales, as geleiras transportam grande quantidade de fragmentos rochosos, os quais ao serem depositados vão formar as Morainas ou Morenas.
Importante: Os Icebergs constituem grandes blocos de gelo de origem continental e que lançados ao mar, são transportados pelas correntes marítimas, até sofrerem total derretimento na medida em que se aproximam dos trópicos. Portanto, os Icebergs são formados de água doce.
Já as banquisas ou Icefields são campos de gelo resultantes do congelamento superficial das águas oceânicas, em mares costeiros ou interiores, onde os invernos são mais rigorosos, sendo constituídos, portanto, de água salgada.
6. SERES VIVOS: a ação dos seres vivos sobre o modelado é também de grande importância, sendo representada principalmente pelo trabalho do homem (ação antrópica), que em grande parte é feito sem um estudo mais detalhado sobre os impactos que esse trabalho pode causar ao meio ambiente. Com o objetivo de ajustar a natureza aos seus interesses o homem faz aterros indevidos, corta barrancos para a construção de estradas sem a devida proteção, realiza queimadas indiscriminadamente, desmata sem nenhum controle, degrada os solos, desertifica, altera o traçado dos rios...
É preciso que a ação do homem sobre a natureza se paute na racionalidade, na sustentabilidade e na elaboração e execução efetiva de programas de impactos ambientais, que visem a proteção da natureza e a melhoria da qualidade de vida do próprio homem.