domingo, 29 de abril de 2012

A MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO

 

As Migrações têm importante papel na complexidade étnica de muitas áreas do planeta bem como a distribuição do homem no planeta.
            As causas das migrações podem ser repulsivas (saídas, ou seja, emigração) ou atrativas (entrada, ou seja, imigração) e ligadas a fatores de ordem econômica (a mais importante), política, religiosa, racial, bélica, epidêmica, natural.


            Existem dois tipos básicos

-Quanto ao tempo: periódicas ou definitivas.
-Quanto ao espaço: nacionais (internas) ou internacionais (externa).


AS MIGRAÇÕES EXTERNAS


 A Emigração  européia
            Durante o século XIX e a primeira metade do século XX, cerca de 60 milhões de europeus migraram para todas as partes do mundo. O maiores centros de recepção de europeus foram a América, notadamente os EUA e, a Oceania.
            No entanto, a prosperidade alcançada após a 2ª guerra mundial, fizeram da Europa uma área tipicamente de atração populacional.


 
Grandes Fluxos Migratórios Internacionais

No que se refere aos grandes fluxos migratórios internacionais, eles podem ser agrupados nos seguintes tipos:

Migrações Sul-Norte
Caracterizadas pelo movimento de pessoas que deixam os países subdesenvolvidos e vão em busca de melhores condições de vida nos países ricos. São exemplos: os fluxos de latino-americanos (Hispânicos) para a América Anglo-saxônica, sobre tudo para os EUA, e os da áfrica  e da Ásia  para a Europa Ocidental, principalmente para as suas ex-metrópoles.

Migrações Sul-Sul
Correspondem aos fluxos de pessoas que migram entre países situados no hemisfério sul, com destaque aos movimentos de pessoas de um país pobre com destino a outro país pobre mas que apresenta maiores possibilidades de sobrevivência e um grau mais elevado de industrialização. Como por exemplo, tem–se o fluxo migratório de Angola, Costa do marfim e Moçambique em direção a África do sul; de indonésios dirigindo-se para a Malásia; bolivianos para o Brasil e Chile.

Migrações Norte-Norte
Essas migrações intensificaram-se com o processo da globalização e se referem ao movimento de pessoas entre os países da Europa ocidental; integrantes da união européia, fluxos de europeus ocidentais para a América do Norte e dos europeus orientais para os países da União Européia e para os Estados Unidos.

Migrações  Norte-Sul
Essas migrações acontecem com muita freqüência, pois comerciantes coreanos e chineses migram para paises em desenvolvimento do hemisfério sul, como exemplo o Brasil.

Migrações Econômicas
As resultantes das desigualdades econômicas entre as nações, sendo identificadas pelos fluxos de mão-de-obra, como as migrações de brasileiros que se dirigem para os EUA e o Japão.

Migração Forçada
Esse tipo de mobilidade populacional é causado por distúrbios políticos, que provocam guerras, os combates internos fazem com que a população migre em massa para as fronteiras do seu país vizinho.

Conseqüências das migrações


Xenofobia quer dizer aversão a outras raças e culturas. Muitas vezes é característica de um nacionalismo excessivo. A xenofobia é um medo excessivo, descontrolado e desmedido em relação a pessoas ou grupos diferentes, com as quais nós habitualmente não contactamos.

A volta da xenofobia

O fenômeno da xenofobia está de volta. Ou ele nem sequer foi superado? Normalmente só se discute sobre isso quando um perigo emergente já se torna tão perceptível que a situação possa vir a piorar. Até então, costuma-se acreditar que esse problema seja coisa passada e que a discriminação nos últimos anos tenha diminuído. Mas a realidade, que novamente confirma o caráter contraditório da existência humana, demonstra que a história não necessariamente ruma numa direção positiva, como se quer acreditar, mas que avanços contrastam com recuos. Idéias que se tinha como fora de moda, absurdas e retrógradas, podem novamente vir a ser atuais e modernas. Isso significa que as idéais não morrem pelo simples decurso do tempo e que, em conformidade com o espírito de uma época, podem retornar.
Na Europa, muitas pessoas estão chocadas com o avanço do neofascismo. A maioria não queria acreditar que partidos de extrema direita pudessem ter sucesso nos “democráticos” países industrializados europeus. Na Alemanha, onde especialmente o anti-semitismo marcou a história, impera o silêncio diante do avanço da extrema-direita nos países vizinhos. O NPD (Partido Democrático Nacional da Alemanha) que, segundo o atual governo, deveria ser proibido, comemora o sucesso da extrema-direita na Europa, especialmente na França e na Holanda. Apesar dos partidos de extrema-direita na Alemanha estarem fragmentados e até agora não terem conseguido o mínimo de 5% de votos necessários para ocupar uma vaga no Congresso, eles vislumbram, agora, boas perspectivas para a frente. A organização da extrema-direita também cresceu com a utilização da Internet. Mais de 800 sites na Internet oferecem textos, músicas e informações sobre demonstrações neonazistas, o que o governo não pode proibir, pois muito do que é oferecido provém do exterior. É notável, também, que o fenômeno do neonazismo tem aumentado nas escolas.
Aproximadamente 10% da população alemã é composta por estrangeiros, dos quais 28% são turcos, os mais atingidos pela discriminação. A discriminação é especialmente visível em demonstrações da extrema-direita e músicas, sendo que estas últimas já criaram um novo mercado: o mercado do rock de direita. Felizmente, ocorrem, paralelo a muitas demonstrações nazistas – que já há bastante tempo vêm acontecendo, com ódio a imigrantes e resistência contra o governo alemão –, manifestações contrárias de combate a um possível crescimento da xenofobia. Mas, também, entre o leste e o oeste da Alemanha, o “muro na cabeça” dos alemães ainda não caiu. Os salários mais baixos e o maior desemprego no leste demonstram que, após 12 anos, a unificação alemã ainda não foi alcançada. A divisa continua sendo publicamente refor­çada através das constantes comparações e da rotulagem do leste como “os novos Estados” o que, de fato, confirma a existência de uma Alemanha no leste e outra no oeste.
Evidentemente, o avanço da extrema-direita não ocorre por acaso. A crise da economia e do Estado de bem-estar social, associada às rápidas transformações tecnológicas, ocasionou um crescente desemprego e colocou a competitividade a qualquer custo como única alternativa de sobrevivência. Esta conjuntura gera insegurança, ressentimento e violência. Com o gradativo desmonte do Estado de bem-estar social por parte dos governos social-democratas, os quais até agora se apresentaram como alternativa contra os partidos de direita, a população ficou desorientada, especialmente os desempregados, trabalhadores e jovens. Se, nestas circunstâncias, as alianças de “centro-esquerda” ainda estão sem perspectiva e não oferecem uma clara linha e alternativas políticas, abre-se o espaço aos velhos charlatões políticos. A extrema direita procura enfocar os problemas dos países que afetam diretamente a maioria da população e propõe soluções simples e discriminadoras, mas que exercem um forte poder de atração. É, por exemplo, mais fácil responsabilizar os estrangeiros pelo desemprego, pela criminalidade e pela insegurança, do que entender as complexas razões dos problemas. As soluções apresentadas são, então, também bem simples e conduzem à xenofobia, quando os estrangeiros são tratados como concorrência indesejada.
Mas, a xenofobia expõe os países europeus a uma séria contradição econômica. Por causa do baixo índice de natalidade e da crescente expectativa de vida da população, existe a tendência de que a Europa venha a ser a sociedade mais idosa do mundo. Nesta perspectiva, conforme um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), publicado em 2000, 1,5 milhão de estrangeiros teriam de imigrar para a Europa por ano, somente para sustentar o atual número de pessoas em idade de trabalho até 2050. Para manter constante a proporção entre trabalhadores e pensionistas, seriam necessários 13,5 milhões de imigrantes por ano.
As evidências demonstram o absurdo e a contradição da xenofobia na Europa, quando a extrema-direita, com seu discurso nacionalista, se coloca contra os próprios interesses de seus países. Pode ser também que, em função da sua superficilidade, a ideologia do racismo seja tão difícil de ser combatida. Quando os interesses particulares das pessoas são manipulados de tal forma, que o passado não tenha mais sentido e que as perspectivas racionais de futuro sejam concebidas como inalcansáveis, operam idéias que nem sequer mais eram levadas a sério.
Revista época

Lyon em chamas

Os conflitos na França deixaram a periferia das grandes cidades e atingiram, esta noite, o centro histórico de Lyon. É o que mostra o correspondente João Pedro Paes Leme.
Pela primeira vez desde que os tumultos começaram, o centro de uma cidade virou cenário da violência urbana. Foi hoje à noite, em Lyon, segunda cidade mais importante da França.
Mesmo com o toque de recolher imposto pelas autoridades, os jovens enfrentaram a polícia no centro histórico, e os policiais foram obrigados a usar gás lacrimogênio.
As ruas de Paris amanheceram fortemente vigiadas. Três mil homens, entre policiais e soldados do Exército, foram designados para reforçar a proteção dos principais pontos turísticos da capital francesa.
O serviço de inteligência da França interceptou milhares de mensagens enviadas pela internet e por telefones celulares em que gangues do subúrbio planejavam invadir Paris à noite.
O chefe nacional de Polícia, Michel Gaudin, disse que as autoridades policiais estão tomando medidas preventivas para evitar a continuação do período de tumultos.
Na noite passada, a periferia da capital viu o número de incidente reduzir bastante: 86 carros foram queimados, contra quase 500 da sexta-feira anterior.
Os distúrbios foram mais intensos no interior da França. Em Toulouse, no Sudoeste do país, dezenas de carros foram incendiados. As gangues locais de jovens têm desafiado a polícia nos últimos dias.
Mesmo usando helicópteros para vigiar os subúrbios, os policiais não conseguem o controle da situação.
Pelo balanço oficial, 502 carros foram queimados em todo o país. Mas o fogo encontrou outro alvo: dois coquetéis Molotov atingiram uma mesquita, em Carpentras, no sul da França. A polícia não confirmou se o ataque tem relação com a onda de violência das últimas duas semanas. As autoridades também não querem ligar a ação a extremistas religiosos.
A cada oito cidadãos franceses, um é muçulmano. Hoje o presidente Jacques Chirac se manifestou imediatamente depois do ataque à mesquita. Ele considerou o ato inadmissível. A França teme que a violência urbana se torne também um conflito religioso. 
Jornal Nacional, Rede Globo





IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

Desde o inicio do século XIX até 1970, mais de 5 milhões de imigrantes se instalaram no Brasil, notadamente no Centro-Sul.

Breve histórico
Entrada de indivíduos num país estrangeiro para nele morar. No Brasil, as ondas imigratórias de maior dimensão são patrocinadas pelo governo com o objetivo de importar para o país trabalhadores aptos a substituir os escravos  na agricultura e a exercer tarefas necessárias à industrialização e ao desenvolvimento econômico. O movimento cresce a partir das décadas de 1870 e 1880 e se estende até meados do século XX. É uma imigração de origem predominantemente européia. Depois do tráfico de escravos africanos, passa a ser a grande fonte de fornecimento de mão-de-obra para a economia brasileira. A onda imigratória iniciada no século XIX deságua no país cerca de 4 milhões de trabalhadores europeus e asiáticos. Em sua bagagem, os europeus trazem para o país as idéias anarquistas e socialistas, que são importantes para a organização e desenvolvimento do movimento operário brasileiro.
As Primeiras imigrações para o Brasil resultaram das primeiras experiências no sentido de substituir a força de trabalho escrava por imigrantes europeus começam a partir de 1819, com a instalação de colonos suíços na região de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. O movimento imigratório se intensifica na segunda metade do século XIX, com a expansão cafeeira na região Sudeste do país e a escassez de escravos provocada pela extinção do tráfico, em 1850.
Depois de algumas medidas tomadas por grandes fazendeiros de café, que contratam estrangeiros para trabalhar em suas terras, os governos provinciais da região seguem o exemplo da iniciativa privada e desenvolvem programas de incentivo à imigração.
Essa atitude leva o Império a formular uma política oficial de imigração. Representantes do imperador brasileiro atuam junto a companhias internacionais de colonização sediadas em diversas capitais e cidades européias. Com isso, estabelece-se um fluxo regular de chegada de estrangeiros aos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, tradicionais zonas cafeeiras, e também ao Espírito Santo, onde são instaladas áreas pioneiras de cultivo de café. Além da preocupação em obter mão-de-obra para a agricultura, há também o interesse em atrair população branca para o país, a fim de reduzir proporcionalmente o número de negros e mestiços no Brasil.
Para a colonização da região sul do país, O governo também incentiva a imigração estrangeira para as províncias do Sul do país, que se tornam estratégicas depois da guerra do Paraguai. No caso, o objetivo é menos o de substituir a mão-de-obra escrava do que o de povoar certas áreas críticas de densidade demográfica muito baixa. Até a Proclamação da República (1889), mais de 1,5 milhão de imigrantes portugueses, espanhóis, italianos, alemães e eslavos, entre outros, chegam ao Brasil. A maioria vai para as plantações de café do Sudeste, mas muitos se dirigem às colônias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

PRINCIPAIS NACIONALIDADES E PERÍODOS

- Período Alemão (1850-1871)
            Instalações de pequenos colonos em santa Catarina e Rio grande do Sul, com desenvolvimento de policulturas e cultivo de trigos e o surgimento de núcleos de povoamento em santa Catarina (Joinvile, Blumenau, Brusque) e o Rio Grande do Sul (Gramado, Canela, Novo Hamburgo).

- Período Ítalo-eslavo (1871-1886)
- Eslavos pequenos proprietários dedicados à extração   de madeira no Paraná.
- Italianos pequenos colonos dedicados, principalmen-te, ao cultivo de uva e produção de vinho no Rio Grande do Sul, originando importantes cidades como, Bento Gonçalves, Caxias do sul, Garibaldi.
- Período Italiano (1887-1914)
- Assalariado da cafeicultura de São Paulo e operários nos primeiros núcleos industriais paulistas.

- Período japonês (1920-1934)
- Pequenos proprietários, cultivando chá, banana e hortaliças em São Paulo e Norte do Paraná.
- Assalariados da cafeicultura em São Paulo.
- Pequenos proprietários, cultivando pimenta-do-reino e juta na Amazônia. .

AS MIGRAÇÕES INTERNAS

Os casos mais importantes são:

- Migração pendulares ou Diárias
Típica dos grandes centros urbanos industriais e áreas metropolitanas, onde diariamente uma grande massa de trabalhadores desloca-se dos subúrbios ou cidades satélites para as áreas de produção e de serviços urbanos, regressando às suas casas no fim do dia.

- Migração Sazonais (Transumância)
São aquelas realizadas regularmente durante uma estação climática ou período de safra,.


- Nomadismo
Sistema de vida de certos povos, caracterizado pela inexistência de habitação fixa e pelo deslocamento permanente ou periódico de toda a população.Esse tipo de migração ocorre, principalmente em desertos, como é o caso do Saara e na Ásia central-ocidental.

- No Brasil, temos exemplos típicos, entre eles “Habitantes das sub-regiões do Agreste e do Sertão Nordestino, deslocam-se para a Zona da Mata, durante o corte e a colheita de cana-de-açúcar. Terminado o serviço, retorna ao lugar de origem. Esse migrante é conhecido como “Corumba”.

Êxodo Rural
A migração campo-cidade é um processo universal na atualidade, em que populações rurais transferem-se para as cidades na busca de empregos e melhores condições de vida.

Características Do Êxodo Rural


No mundo desenvolvido:
- Fatores de repulsão liberação de mão-de-obra por conta da modernização do campo (mecanização).

- Fatores de atração maiores oportunidades de ofertas de empregos urbanos.

- Conseqüências processo de urbanização integrado e ampliação dos setores secundário e terciário.

No mundo subdesenvolvido:
- Fatores de repulsão pressão demográfica no campo devido às péssimas condições de vida resultante da concentração da terra.

- Fatores de atração estão ligadas ao fascínio que as grandes cidades exercem sobre o homem do campo, na busca de uma vida melhor.

- Conseqüências crescimento urbano anômalo levando a ampliação do desemprego e do subemprego no terciário e a formação do cinturão marginal (favelas).

No Brasil, a modernização da sociedade brasileira, a partir de 1950, com intensificação da industrialização, atraíram milhões de brasileiros do campo, pressionados pelas péssimas condições de vida, para as grandes cidades. Como os setores dos serviços essenciais à população nas cidades, não cresceram na mesma proporção, elas se transformaram em um espaço com graves problemas urbanos.

terça-feira, 27 de março de 2012

População (parte 3)


 ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

O estudo da estrutura da população pode ser dividido em duas categorias:
-          Número, sexo e idade da população;
-          Estrutura profissional por setores econômicos;

A ESTRUTURA ETÁRIA

A estrutura etária de uma população é a distribuição da população por grupos de idades. Geralmente, para facilitar os estudos da estrutura etária, divide-se a população em três grupos de idades.
Observe o exemplo abaixo.

A População costuma ser dividida em três faixas de idade:
População jovem De 0 a 19 anos
População Adulta de 20 a 59 anos
População Idosa acima de 59 anos.

Pirâmide etária ou pirâmide de idades
É o gráfico quantitativo que expressa o numero de habitantes, sua distribuição por sexo e por idade.

Fatores que influem na estrutura da Pirâmide:
- O Crescimento Vegetativo e a longevidade (Duração média da vida das pessoas).

Os principais elementos de uma pirâmide são os seguintes:

-          Base parte inferior, que representa a população jovem.
-          Corpo parte intermediaria, que representa a população adulta.
-          Cume ou Ápice parte superior, que representa a população velha.
-          Ordenada representa os grupos ou faixas de idade.
-          Abscissa quantidade de pessoas (em valor absoluto ou em porcentagem).

As pirâmides mais características são as representativas dos países pobres ou subdesenvolvidos, chamadas de pirâmides de “países jovens” e as representativas dos países ricos ou desenvolvidos, chamada pirâmides de “países velhos”
 

PAÍS JOVEM
As primeiras (de ”países jovens”) apresentam base larga (elevada proporção de jovens) e ápice estreito  (baixa proporção de idosos). Comparativamente, as segundas (de “países velhos”) apresentam base mais estreita (menor proporção de jovens) e ápice mais largo (maior proporção de idosos).


PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL

As modificações ocorridas na estrutura etária da população brasileira nas últimas décadas alteraram, de modo significativo, a pirâmide etária do Brasil. Ela se distanciou das pirâmides dos países subdesenvolvidos e se aproximou das pirâmides dos países desenvolvidos.

A figura abaixo mostra a pirâmide etária do Brasil em dois momentos: 1980 e 2010 ( projeção ).
Homens 



HomensEstrutura Econômica

            A economia de um país está estruturada em função das diversas atividades econômicas que são realizadas por aqueles que formam a população economicamente ativa (PEA). Eles compõem  a parcela daqueles que estão na economia formal, ou seja, que possuem registro profissional ou exercem profissões liberais, constituindo a população ocupada. Os desempregados também estão incluído entre os ativos, por estarem apenas desocupados temporariamente.
Na atualidade temos a grande ameaça das transformações tecnológicas pelo fato delas serem excludentes, ao marginalizarem números expressivos de mão-de-obra, tornando o mercado de trabalho cada vez mais seletivo.

O desemprego estrutural ou tecnológico é ao mesmo tempo qualitativo, pois exclui principalmente a mão-de-obra menos especializada.
Já a população Economicamente Inativa (PEI) é representada pelas crianças até 10 anos, inválidos, aposentados, donas de casa, etc.
Não podemos também deixar de considerar os subempregos que obtêm ou complementam sua renda na economia informal, sem participar diretamente do sistema tributário, são eles: vendedores de semáforos, flanelinhas, ambulantes, biscateiros, diaristas urbanos, etc.

Os Setores Profissionais da Economia

A População Ativa de um país é classificada segundo suas atividades econômicas em 3 setores:

- O Setor Primário envolve as atividades ligadas à agricultura, pecuária e extrativismo (vegetal, animal).
- O Setor Secundário correspondem as atividades industrial em geral e mineração.
- O Setor Terciário envolve as atividades de prestação de serviços a população (comércio, bancos, transportes, comunicações, educação, serviços públicos).

A PEA e os Setores de Atividades Econômicas

Nos censos demográficos, é considerada população economicamente ativa (PEA) apenas a parcela dos trabalhadores que fazem parte da economia formal, ou seja, que possuem carteira de trabalho registrada ou exercem profissão liberal (prestação de serviços em geral), participando do sistema de arrecadação de impostos. Os desempregados também são considerados ativos, por estarem, apenas, temporariamente desocupados e, portanto, interferem no mercado de trabalho. Quando os índices de desemprego se elevam, há uma tendência geral de rebaixamento dos salários, decorrente da maior oferta de mão-de-obra disponível no mercado. Ao contrário, em situações de crescimento econômico, associado a maior oferta de postos de trabalho, há uma tendência geral de aumento salarial, principalmente nos postos de trabalho que exigem qualificação técnica.
Os dados censitários de população não-ativa, além dos jovens e dos aposentados, costumam incluir também os trabalhadores subempregados que obtém ou complementam sua renda na economia informal, sem participar diretamente do sistema tributário: camelôs, vendedores no farol, guardadores de carros, diaristas urbanos e rurais (bóias-frias), trabalhadores sem carteira assinada, vendedores de congelados, etc. Assim, nos países desenvolvidos, onde os índices de subempregos são normalmente baixos, o percentual da PEA, no conjunto total da população, está muito próximo da realidade do mercado de trabalho e situa-se em índices que beiram os 50%.
Nos países subdesenvolvidos, onde os índices de subemprego costumam ser muito elevados, o percentual da PEA, no conjunto total da população, tende a ser mais baixo que a quantidade de pessoas que têm rendimentos, situando-se em torno de 35 a 40%. É óbvio, porém, que o número de pessoas que trabalham em países subdesenvolvidos é maior que 50%, já que os jovens são obrigados a trabalhar para completar a renda familiar e os aposentados para complementar a aposentadoria, quando a recebem. Assim, em resumo, quanto mais alto o índice de subemprego, menor a credibilidade dos dados censitários referentes à PEA.
A população que trabalha, empregada ou subempregada, dedica-se a um dos três setores de atividades que compõem a economia: primário, secundário e terciário. No setor primário, as mercadorias produzidas não sofrem alteração e são comercializadas sem passar por nenhum estágio de transformação, como no caso da agropecuária, da pesca artesanal, do garimpo e do extrativismo vegetal. No setor secundário, as mercadorias são transformadas, ou seja industrializadas antes de ser comercializadas. Se uma fazenda produz e vende soja em grãos, apresenta uma produção primária; se vende óleo de soja, a produção é secundária, pois houve transformação. Se um pescador coleta peixe no oceano e os vende in natura, está inserido no setor primário, mas se vende o peixe limpo e enlatado em conserva, o setor é secundário. Uma exceção à regra é o extrativismo mineral: caso a extração de minérios (petróleo, ferro, bauxita, etc.) seja mecanizada, embora o produto seja primário,  a atividade extrativa é alocada no setor secundário da economia. Atenção: o petróleo, por exemplo, é um produto primário; a atividade extrativa é secundária, assim como os derivados de petróleo obtidos a partir do refino. A mesma regra já não se aplica à agropecuária: mesmo que  a produção agrícola seja irrigada, mecanizada e de altíssima produtividade, se a fazenda vende a produção in natura, o setor é primário.
Já no setor terciário, não se produzem mercadorias, mas prestam-se serviços em hospitais, escolas, repartições públicas, transportes, energia, comunicações, informática, esportes, lazer e no comércio em geral.
A divisão dos trabalhadores pelos setores de atividades econômicas nos permite chegar a importantes conclusões sobre a economia de países ou regiões do planeta. Se o número de pessoas que trabalham no setor primário for elevado, por exemplo 25%, isso indica que a produtividade do setor é baixa, já que 25% da PEA abastece os outros 75%; a relação na PEA é de 1 trabalhador agrícola para 3 em outros setores. Por outro lado, se o número for baixo, por exemplo 5%, a produtividade no setor é alta, já que 5% da PEA abastece os outros 95%; a relação é de 1 trabalhador agrícola para cada 19 em outros setores. Podemos afirmar, portanto, que essa região apresenta um setor primário bastante capitalizado, com utilização intensiva de adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação e mecanização, o que, ao ampliar a produtividade, permite que se utilize um pequeno percentual da PEA no setor. Nos países desenvolvidos, de 3 a 10% da PEA trabalha em atividades primárias.
As condições econômicas refletidas na distribuição setorial da PEA, salvo em casos excepcionais, como as áreas desérticas ou montanhosas, devem ser analisadas sempre a partir do setor primário da economia. O índice do setor secundário não reflete a produtividade e o tipo de indústria recenseada. Por exemplo, se 30% da PEA trabalha no setor secundário, não sabemos se a indústria está produzindo computadores ou goiabada, aviões ou chinelos. Mas, se o setor primário é de alta produtividade, isso indica que a indústria do país também é predominantemente moderna, já que é ela quem fabrica os adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação, máquinas e tratores. Se um país ou uma região utiliza muita mão-de-obra no setor primário, pode até possuir algum setor industrial de ponta, mas, certamente, as suas indústrias são predominantemente tradicionais, incorporando pouca tecnologia na produção. Os países que apresentam elevado padrão de produção industrial ocupam cerca de 20% da PEA no setor secundário da economia.
Os índices do setor terciário são os que requerem  maiores cuidados de análise, pois  contém, além dos prestadores formais de serviços, o subemprego. Mesmo assim, é possível extrairmos algumas considerações genéricas. Se uma região ocupa muita mão-de-obra no setor primário, como vimos, provavelmente a indústria é  tradicional, indicando uma economia frágil e maior ocorrência de subemprego. Ao contrário, se o setor primário utiliza pouca mão-de-obra, o parque industrial tem  um maior grau de modernização e o subemprego tende a ser menos frequente.
É o setor terciário, salvo raras exceções, que detém a maior parte da renda nacional e em que trabalha o maior número de pessoas, já que por ele circulam todas as mercadorias produzidas nos setores primários e secundários da economia. É comum os números do setor estarem acima de 50% da PEA. Nos países desenvolvidos, isso indica que a população está muito bem atendida, há uma grande disponibilidade de serviços. Nos países subdesenvolvidos, há que se considerar os indicadores de população subempregada vivendo à margem da economia formal e carente de serviços básicos, como educação e saúde.
Para finalizar, uma última idéia: tradicionalmente, é comum classificarem-se as atividades secundárias e terciárias como urbanas e as atividades primárias como essencialmente rurais. Atualmente, porém, ante a modernização dos sistemas de transportes e de comunicações verificadas em vastas regiões do planeta, ampliaram-se as possibilidades de industrialização do campo e ruralização das atividades tipicamente urbanas, fazendo crescer substancialmente o números de trabalhadores agrícolas que residem nas cidades.
Saiba mais
Desemprego estrutural
               Situação de desemprego que resulta do aprimoramento do processo produtivo através de novas formas de organização do trabalho e da aplicação de novas tecnologias. Típico deste final de século, o desemprego estrutural é conseqüência de avanços principalmente na área eletrônica. Essas mudanças permitem aumento de produtividade com grande redução de mão-de-obra. Muitas funções tornam-se obsoletas e desaparecem do processo produtivo, mas mesmo assim a produção aumenta. A economia cresce, mas parte da população economicamente ativa fica fora do mercado de trabalho. O desemprego estrutural é característico de economias desenvolvidas ou em fase de expansão. Nos países em desenvolvimento, o desemprego está mais ligado a problemas conjunturais do que ao aprimoramento geral da produção. Não existe um índice específico de desemprego estrutural. No Brasil, o cálculo mais próximo é o do desemprego  de longo prazo. A taxa refere-se àqueles que estão procurando trabalho há mais de seis meses – situação de 20% dos desempregados da Grande São Paulo em agosto de 1995.

Os setores da economia
E OS TIPOS DE PAÍSES

Países
Primário
Secundário
Terciário
Países “subdesenvolvidos “
Etiópia
Camboja
Haiti
Índia
88%
74%
68%
62%
2%
7%
9%
11%
10%
19%
23%
27%
Países “desenvolvidos “
Alemanha
Estados Unidos
Japão
França
3%
3%
7%
6%
39%
25%
34%
29%
58%
72%
59%
62%
Países “subdesenvolvido “ industrializados
Brasil    (1995)
Argentina
México
Coréia do Sul
África do Sul
26,1%
13%
23%
17%
13%
20,7%
34%
29%
36%
25%
51,9%
53%
48%
47%
62%

- Nos países subdesenvolvidos predominam as atividades primárias, ao passo que nos países desenvolvidos a maioria da população ativa dedica-se as atividades secundarias e terciárias. A pequena proporção de ativos no setor primário dos países desenvolvidos justifica-se devido ao maior avanço tecnológico e à elevada mecanização da agricultura.

- Já nos países subdesenvolvidos  industrializados, observamos a ocorrência de uma expressiva concentração de população no setor terciário. No entanto esse fato deve ser entendido não como resultado da industrialização, e sim de problemas existente na economia devido a uma limitada oferta de empregos, ocorre uma hipertrofia do terciário, gerando uma economia informal (subemprego).


O CASO BRASILEIRO

           - A figura acima mostra o comportamento e a distribuição dos setores profissionais de 1940 a 1995. Observa-se nitidamente, o declínio do setor primário até 1990. a industrialização, a urbanização, a injusta estrutura fundiária, o difícil acesso à terra e a modernização da agricultura são fatores explicativos desse declínio e do aumento da população nos setores secundários e terciário.
    Observamos também um substancial aumento da  população no setor terciário, que abriga ao mesmo tempo setores do trabalho especializado e setores não qualificados profissionalmente, sendo este resultante da exclusão social. O setor “incha”, pela ausência de empregos gerando o subemprego.