domingo, 29 de abril de 2012

A MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO

 

As Migrações têm importante papel na complexidade étnica de muitas áreas do planeta bem como a distribuição do homem no planeta.
            As causas das migrações podem ser repulsivas (saídas, ou seja, emigração) ou atrativas (entrada, ou seja, imigração) e ligadas a fatores de ordem econômica (a mais importante), política, religiosa, racial, bélica, epidêmica, natural.


            Existem dois tipos básicos

-Quanto ao tempo: periódicas ou definitivas.
-Quanto ao espaço: nacionais (internas) ou internacionais (externa).


AS MIGRAÇÕES EXTERNAS


 A Emigração  européia
            Durante o século XIX e a primeira metade do século XX, cerca de 60 milhões de europeus migraram para todas as partes do mundo. O maiores centros de recepção de europeus foram a América, notadamente os EUA e, a Oceania.
            No entanto, a prosperidade alcançada após a 2ª guerra mundial, fizeram da Europa uma área tipicamente de atração populacional.


 
Grandes Fluxos Migratórios Internacionais

No que se refere aos grandes fluxos migratórios internacionais, eles podem ser agrupados nos seguintes tipos:

Migrações Sul-Norte
Caracterizadas pelo movimento de pessoas que deixam os países subdesenvolvidos e vão em busca de melhores condições de vida nos países ricos. São exemplos: os fluxos de latino-americanos (Hispânicos) para a América Anglo-saxônica, sobre tudo para os EUA, e os da áfrica  e da Ásia  para a Europa Ocidental, principalmente para as suas ex-metrópoles.

Migrações Sul-Sul
Correspondem aos fluxos de pessoas que migram entre países situados no hemisfério sul, com destaque aos movimentos de pessoas de um país pobre com destino a outro país pobre mas que apresenta maiores possibilidades de sobrevivência e um grau mais elevado de industrialização. Como por exemplo, tem–se o fluxo migratório de Angola, Costa do marfim e Moçambique em direção a África do sul; de indonésios dirigindo-se para a Malásia; bolivianos para o Brasil e Chile.

Migrações Norte-Norte
Essas migrações intensificaram-se com o processo da globalização e se referem ao movimento de pessoas entre os países da Europa ocidental; integrantes da união européia, fluxos de europeus ocidentais para a América do Norte e dos europeus orientais para os países da União Européia e para os Estados Unidos.

Migrações  Norte-Sul
Essas migrações acontecem com muita freqüência, pois comerciantes coreanos e chineses migram para paises em desenvolvimento do hemisfério sul, como exemplo o Brasil.

Migrações Econômicas
As resultantes das desigualdades econômicas entre as nações, sendo identificadas pelos fluxos de mão-de-obra, como as migrações de brasileiros que se dirigem para os EUA e o Japão.

Migração Forçada
Esse tipo de mobilidade populacional é causado por distúrbios políticos, que provocam guerras, os combates internos fazem com que a população migre em massa para as fronteiras do seu país vizinho.

Conseqüências das migrações


Xenofobia quer dizer aversão a outras raças e culturas. Muitas vezes é característica de um nacionalismo excessivo. A xenofobia é um medo excessivo, descontrolado e desmedido em relação a pessoas ou grupos diferentes, com as quais nós habitualmente não contactamos.

A volta da xenofobia

O fenômeno da xenofobia está de volta. Ou ele nem sequer foi superado? Normalmente só se discute sobre isso quando um perigo emergente já se torna tão perceptível que a situação possa vir a piorar. Até então, costuma-se acreditar que esse problema seja coisa passada e que a discriminação nos últimos anos tenha diminuído. Mas a realidade, que novamente confirma o caráter contraditório da existência humana, demonstra que a história não necessariamente ruma numa direção positiva, como se quer acreditar, mas que avanços contrastam com recuos. Idéias que se tinha como fora de moda, absurdas e retrógradas, podem novamente vir a ser atuais e modernas. Isso significa que as idéais não morrem pelo simples decurso do tempo e que, em conformidade com o espírito de uma época, podem retornar.
Na Europa, muitas pessoas estão chocadas com o avanço do neofascismo. A maioria não queria acreditar que partidos de extrema direita pudessem ter sucesso nos “democráticos” países industrializados europeus. Na Alemanha, onde especialmente o anti-semitismo marcou a história, impera o silêncio diante do avanço da extrema-direita nos países vizinhos. O NPD (Partido Democrático Nacional da Alemanha) que, segundo o atual governo, deveria ser proibido, comemora o sucesso da extrema-direita na Europa, especialmente na França e na Holanda. Apesar dos partidos de extrema-direita na Alemanha estarem fragmentados e até agora não terem conseguido o mínimo de 5% de votos necessários para ocupar uma vaga no Congresso, eles vislumbram, agora, boas perspectivas para a frente. A organização da extrema-direita também cresceu com a utilização da Internet. Mais de 800 sites na Internet oferecem textos, músicas e informações sobre demonstrações neonazistas, o que o governo não pode proibir, pois muito do que é oferecido provém do exterior. É notável, também, que o fenômeno do neonazismo tem aumentado nas escolas.
Aproximadamente 10% da população alemã é composta por estrangeiros, dos quais 28% são turcos, os mais atingidos pela discriminação. A discriminação é especialmente visível em demonstrações da extrema-direita e músicas, sendo que estas últimas já criaram um novo mercado: o mercado do rock de direita. Felizmente, ocorrem, paralelo a muitas demonstrações nazistas – que já há bastante tempo vêm acontecendo, com ódio a imigrantes e resistência contra o governo alemão –, manifestações contrárias de combate a um possível crescimento da xenofobia. Mas, também, entre o leste e o oeste da Alemanha, o “muro na cabeça” dos alemães ainda não caiu. Os salários mais baixos e o maior desemprego no leste demonstram que, após 12 anos, a unificação alemã ainda não foi alcançada. A divisa continua sendo publicamente refor­çada através das constantes comparações e da rotulagem do leste como “os novos Estados” o que, de fato, confirma a existência de uma Alemanha no leste e outra no oeste.
Evidentemente, o avanço da extrema-direita não ocorre por acaso. A crise da economia e do Estado de bem-estar social, associada às rápidas transformações tecnológicas, ocasionou um crescente desemprego e colocou a competitividade a qualquer custo como única alternativa de sobrevivência. Esta conjuntura gera insegurança, ressentimento e violência. Com o gradativo desmonte do Estado de bem-estar social por parte dos governos social-democratas, os quais até agora se apresentaram como alternativa contra os partidos de direita, a população ficou desorientada, especialmente os desempregados, trabalhadores e jovens. Se, nestas circunstâncias, as alianças de “centro-esquerda” ainda estão sem perspectiva e não oferecem uma clara linha e alternativas políticas, abre-se o espaço aos velhos charlatões políticos. A extrema direita procura enfocar os problemas dos países que afetam diretamente a maioria da população e propõe soluções simples e discriminadoras, mas que exercem um forte poder de atração. É, por exemplo, mais fácil responsabilizar os estrangeiros pelo desemprego, pela criminalidade e pela insegurança, do que entender as complexas razões dos problemas. As soluções apresentadas são, então, também bem simples e conduzem à xenofobia, quando os estrangeiros são tratados como concorrência indesejada.
Mas, a xenofobia expõe os países europeus a uma séria contradição econômica. Por causa do baixo índice de natalidade e da crescente expectativa de vida da população, existe a tendência de que a Europa venha a ser a sociedade mais idosa do mundo. Nesta perspectiva, conforme um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas), publicado em 2000, 1,5 milhão de estrangeiros teriam de imigrar para a Europa por ano, somente para sustentar o atual número de pessoas em idade de trabalho até 2050. Para manter constante a proporção entre trabalhadores e pensionistas, seriam necessários 13,5 milhões de imigrantes por ano.
As evidências demonstram o absurdo e a contradição da xenofobia na Europa, quando a extrema-direita, com seu discurso nacionalista, se coloca contra os próprios interesses de seus países. Pode ser também que, em função da sua superficilidade, a ideologia do racismo seja tão difícil de ser combatida. Quando os interesses particulares das pessoas são manipulados de tal forma, que o passado não tenha mais sentido e que as perspectivas racionais de futuro sejam concebidas como inalcansáveis, operam idéias que nem sequer mais eram levadas a sério.
Revista época

Lyon em chamas

Os conflitos na França deixaram a periferia das grandes cidades e atingiram, esta noite, o centro histórico de Lyon. É o que mostra o correspondente João Pedro Paes Leme.
Pela primeira vez desde que os tumultos começaram, o centro de uma cidade virou cenário da violência urbana. Foi hoje à noite, em Lyon, segunda cidade mais importante da França.
Mesmo com o toque de recolher imposto pelas autoridades, os jovens enfrentaram a polícia no centro histórico, e os policiais foram obrigados a usar gás lacrimogênio.
As ruas de Paris amanheceram fortemente vigiadas. Três mil homens, entre policiais e soldados do Exército, foram designados para reforçar a proteção dos principais pontos turísticos da capital francesa.
O serviço de inteligência da França interceptou milhares de mensagens enviadas pela internet e por telefones celulares em que gangues do subúrbio planejavam invadir Paris à noite.
O chefe nacional de Polícia, Michel Gaudin, disse que as autoridades policiais estão tomando medidas preventivas para evitar a continuação do período de tumultos.
Na noite passada, a periferia da capital viu o número de incidente reduzir bastante: 86 carros foram queimados, contra quase 500 da sexta-feira anterior.
Os distúrbios foram mais intensos no interior da França. Em Toulouse, no Sudoeste do país, dezenas de carros foram incendiados. As gangues locais de jovens têm desafiado a polícia nos últimos dias.
Mesmo usando helicópteros para vigiar os subúrbios, os policiais não conseguem o controle da situação.
Pelo balanço oficial, 502 carros foram queimados em todo o país. Mas o fogo encontrou outro alvo: dois coquetéis Molotov atingiram uma mesquita, em Carpentras, no sul da França. A polícia não confirmou se o ataque tem relação com a onda de violência das últimas duas semanas. As autoridades também não querem ligar a ação a extremistas religiosos.
A cada oito cidadãos franceses, um é muçulmano. Hoje o presidente Jacques Chirac se manifestou imediatamente depois do ataque à mesquita. Ele considerou o ato inadmissível. A França teme que a violência urbana se torne também um conflito religioso. 
Jornal Nacional, Rede Globo





IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

Desde o inicio do século XIX até 1970, mais de 5 milhões de imigrantes se instalaram no Brasil, notadamente no Centro-Sul.

Breve histórico
Entrada de indivíduos num país estrangeiro para nele morar. No Brasil, as ondas imigratórias de maior dimensão são patrocinadas pelo governo com o objetivo de importar para o país trabalhadores aptos a substituir os escravos  na agricultura e a exercer tarefas necessárias à industrialização e ao desenvolvimento econômico. O movimento cresce a partir das décadas de 1870 e 1880 e se estende até meados do século XX. É uma imigração de origem predominantemente européia. Depois do tráfico de escravos africanos, passa a ser a grande fonte de fornecimento de mão-de-obra para a economia brasileira. A onda imigratória iniciada no século XIX deságua no país cerca de 4 milhões de trabalhadores europeus e asiáticos. Em sua bagagem, os europeus trazem para o país as idéias anarquistas e socialistas, que são importantes para a organização e desenvolvimento do movimento operário brasileiro.
As Primeiras imigrações para o Brasil resultaram das primeiras experiências no sentido de substituir a força de trabalho escrava por imigrantes europeus começam a partir de 1819, com a instalação de colonos suíços na região de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. O movimento imigratório se intensifica na segunda metade do século XIX, com a expansão cafeeira na região Sudeste do país e a escassez de escravos provocada pela extinção do tráfico, em 1850.
Depois de algumas medidas tomadas por grandes fazendeiros de café, que contratam estrangeiros para trabalhar em suas terras, os governos provinciais da região seguem o exemplo da iniciativa privada e desenvolvem programas de incentivo à imigração.
Essa atitude leva o Império a formular uma política oficial de imigração. Representantes do imperador brasileiro atuam junto a companhias internacionais de colonização sediadas em diversas capitais e cidades européias. Com isso, estabelece-se um fluxo regular de chegada de estrangeiros aos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, tradicionais zonas cafeeiras, e também ao Espírito Santo, onde são instaladas áreas pioneiras de cultivo de café. Além da preocupação em obter mão-de-obra para a agricultura, há também o interesse em atrair população branca para o país, a fim de reduzir proporcionalmente o número de negros e mestiços no Brasil.
Para a colonização da região sul do país, O governo também incentiva a imigração estrangeira para as províncias do Sul do país, que se tornam estratégicas depois da guerra do Paraguai. No caso, o objetivo é menos o de substituir a mão-de-obra escrava do que o de povoar certas áreas críticas de densidade demográfica muito baixa. Até a Proclamação da República (1889), mais de 1,5 milhão de imigrantes portugueses, espanhóis, italianos, alemães e eslavos, entre outros, chegam ao Brasil. A maioria vai para as plantações de café do Sudeste, mas muitos se dirigem às colônias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

PRINCIPAIS NACIONALIDADES E PERÍODOS

- Período Alemão (1850-1871)
            Instalações de pequenos colonos em santa Catarina e Rio grande do Sul, com desenvolvimento de policulturas e cultivo de trigos e o surgimento de núcleos de povoamento em santa Catarina (Joinvile, Blumenau, Brusque) e o Rio Grande do Sul (Gramado, Canela, Novo Hamburgo).

- Período Ítalo-eslavo (1871-1886)
- Eslavos pequenos proprietários dedicados à extração   de madeira no Paraná.
- Italianos pequenos colonos dedicados, principalmen-te, ao cultivo de uva e produção de vinho no Rio Grande do Sul, originando importantes cidades como, Bento Gonçalves, Caxias do sul, Garibaldi.
- Período Italiano (1887-1914)
- Assalariado da cafeicultura de São Paulo e operários nos primeiros núcleos industriais paulistas.

- Período japonês (1920-1934)
- Pequenos proprietários, cultivando chá, banana e hortaliças em São Paulo e Norte do Paraná.
- Assalariados da cafeicultura em São Paulo.
- Pequenos proprietários, cultivando pimenta-do-reino e juta na Amazônia. .

AS MIGRAÇÕES INTERNAS

Os casos mais importantes são:

- Migração pendulares ou Diárias
Típica dos grandes centros urbanos industriais e áreas metropolitanas, onde diariamente uma grande massa de trabalhadores desloca-se dos subúrbios ou cidades satélites para as áreas de produção e de serviços urbanos, regressando às suas casas no fim do dia.

- Migração Sazonais (Transumância)
São aquelas realizadas regularmente durante uma estação climática ou período de safra,.


- Nomadismo
Sistema de vida de certos povos, caracterizado pela inexistência de habitação fixa e pelo deslocamento permanente ou periódico de toda a população.Esse tipo de migração ocorre, principalmente em desertos, como é o caso do Saara e na Ásia central-ocidental.

- No Brasil, temos exemplos típicos, entre eles “Habitantes das sub-regiões do Agreste e do Sertão Nordestino, deslocam-se para a Zona da Mata, durante o corte e a colheita de cana-de-açúcar. Terminado o serviço, retorna ao lugar de origem. Esse migrante é conhecido como “Corumba”.

Êxodo Rural
A migração campo-cidade é um processo universal na atualidade, em que populações rurais transferem-se para as cidades na busca de empregos e melhores condições de vida.

Características Do Êxodo Rural


No mundo desenvolvido:
- Fatores de repulsão liberação de mão-de-obra por conta da modernização do campo (mecanização).

- Fatores de atração maiores oportunidades de ofertas de empregos urbanos.

- Conseqüências processo de urbanização integrado e ampliação dos setores secundário e terciário.

No mundo subdesenvolvido:
- Fatores de repulsão pressão demográfica no campo devido às péssimas condições de vida resultante da concentração da terra.

- Fatores de atração estão ligadas ao fascínio que as grandes cidades exercem sobre o homem do campo, na busca de uma vida melhor.

- Conseqüências crescimento urbano anômalo levando a ampliação do desemprego e do subemprego no terciário e a formação do cinturão marginal (favelas).

No Brasil, a modernização da sociedade brasileira, a partir de 1950, com intensificação da industrialização, atraíram milhões de brasileiros do campo, pressionados pelas péssimas condições de vida, para as grandes cidades. Como os setores dos serviços essenciais à população nas cidades, não cresceram na mesma proporção, elas se transformaram em um espaço com graves problemas urbanos.