As
Migrações têm importante papel na complexidade étnica de muitas áreas do
planeta bem como a distribuição do homem no planeta.
As causas das migrações podem ser
repulsivas (saídas, ou seja, emigração) ou atrativas (entrada, ou seja,
imigração) e ligadas a fatores de ordem econômica (a mais importante),
política, religiosa, racial, bélica, epidêmica, natural.
Existem dois tipos básicos
-Quanto ao tempo:
periódicas ou definitivas.
-Quanto ao espaço:
nacionais (internas) ou internacionais (externa).
AS MIGRAÇÕES EXTERNAS
A Emigração
européia
Durante o século XIX e a primeira
metade do século XX, cerca de 60 milhões de europeus migraram para todas as
partes do mundo. O maiores centros de recepção de europeus foram a América,
notadamente os EUA e, a Oceania.
No entanto, a prosperidade alcançada
após a 2ª guerra mundial, fizeram da Europa uma área tipicamente de atração
populacional.
Grandes Fluxos Migratórios Internacionais
No que se refere aos
grandes fluxos migratórios internacionais, eles podem ser agrupados nos
seguintes tipos:
Migrações Sul-Norte
Caracterizadas
pelo movimento de pessoas que deixam os países subdesenvolvidos e vão em busca
de melhores condições de vida nos países ricos. São exemplos: os fluxos de
latino-americanos (Hispânicos) para a América Anglo-saxônica, sobre tudo para
os EUA, e os da áfrica e da Ásia para a Europa Ocidental, principalmente para
as suas ex-metrópoles.
Migrações Sul-Sul
Correspondem
aos fluxos de pessoas que migram entre países situados no hemisfério sul, com
destaque aos movimentos de pessoas de um país pobre com destino a outro país
pobre mas que apresenta maiores possibilidades de sobrevivência e um grau mais
elevado de industrialização. Como por exemplo, tem–se o fluxo migratório de
Angola, Costa do marfim e Moçambique em direção a África do sul; de indonésios
dirigindo-se para a Malásia; bolivianos para o Brasil e Chile.
Migrações
Norte-Norte
Essas migrações
intensificaram-se com o processo da globalização e se referem ao movimento de
pessoas entre os países da Europa ocidental; integrantes da união européia,
fluxos de europeus ocidentais para a América do Norte e dos europeus orientais
para os países da União Européia e para os Estados Unidos.
Migrações Norte-Sul
Essas migrações
acontecem com muita freqüência, pois comerciantes coreanos e chineses migram
para paises em desenvolvimento do hemisfério sul, como exemplo o Brasil.
Migrações
Econômicas
As resultantes das
desigualdades econômicas entre as nações, sendo identificadas pelos fluxos de
mão-de-obra, como as migrações de brasileiros que se dirigem para os EUA e o
Japão.
Migração Forçada
Esse tipo de
mobilidade populacional é causado por distúrbios políticos, que provocam
guerras, os combates internos fazem com que a população migre em massa para as
fronteiras do seu país vizinho.
Conseqüências das
migrações
Xenofobia quer dizer aversão a outras raças e
culturas. Muitas vezes é característica de um nacionalismo excessivo. A
xenofobia é um medo excessivo, descontrolado e desmedido em relação a pessoas
ou grupos diferentes, com as quais nós habitualmente não contactamos.
A volta da xenofobia
O fenômeno da
xenofobia está de volta. Ou ele nem sequer foi superado? Normalmente só se
discute sobre isso quando um perigo emergente já se torna tão perceptível que a
situação possa vir a piorar. Até então, costuma-se acreditar que esse problema
seja coisa passada e que a discriminação nos últimos anos tenha diminuído. Mas
a realidade, que novamente confirma o caráter contraditório da existência
humana, demonstra que a história não necessariamente ruma numa direção
positiva, como se quer acreditar, mas que avanços contrastam com recuos. Idéias
que se tinha como fora de moda, absurdas e retrógradas, podem novamente vir a
ser atuais e modernas. Isso significa que as idéais não morrem pelo simples decurso
do tempo e que, em conformidade com o espírito de uma época, podem retornar.
Na
Europa, muitas pessoas estão chocadas com o avanço do neofascismo. A maioria
não queria acreditar que partidos de extrema direita pudessem ter sucesso nos
“democráticos” países industrializados europeus. Na Alemanha, onde
especialmente o anti-semitismo marcou a história, impera o silêncio diante do
avanço da extrema-direita nos países vizinhos. O NPD (Partido Democrático
Nacional da Alemanha) que, segundo o atual governo, deveria ser proibido,
comemora o sucesso da extrema-direita na Europa, especialmente na França e na
Holanda. Apesar dos partidos de extrema-direita na Alemanha estarem
fragmentados e até agora não terem conseguido o mínimo de 5% de votos
necessários para ocupar uma vaga no Congresso, eles vislumbram, agora, boas
perspectivas para a frente. A organização da extrema-direita também cresceu com
a utilização da Internet. Mais de 800 sites na Internet oferecem textos,
músicas e informações sobre demonstrações neonazistas, o que o governo não pode
proibir, pois muito do que é oferecido provém do exterior. É notável, também,
que o fenômeno do neonazismo tem aumentado nas escolas.
Aproximadamente
10% da população alemã é composta por estrangeiros, dos quais 28% são turcos,
os mais atingidos pela discriminação. A discriminação é especialmente visível
em demonstrações da extrema-direita e músicas, sendo que estas últimas já
criaram um novo mercado: o mercado do rock de direita. Felizmente, ocorrem,
paralelo a muitas demonstrações nazistas – que já há bastante tempo vêm
acontecendo, com ódio a imigrantes e resistência contra o governo alemão –,
manifestações contrárias de combate a um possível crescimento da xenofobia.
Mas, também, entre o leste e o oeste da Alemanha, o “muro na cabeça” dos
alemães ainda não caiu. Os salários mais baixos e o maior desemprego no leste
demonstram que, após 12 anos, a unificação alemã ainda não foi alcançada. A
divisa continua sendo publicamente reforçada através das constantes
comparações e da rotulagem do leste como “os novos Estados” o que, de fato,
confirma a existência de uma Alemanha no leste e outra no oeste.
Evidentemente, o
avanço da extrema-direita não ocorre por acaso. A crise da economia e do Estado
de bem-estar social, associada às rápidas transformações tecnológicas,
ocasionou um crescente desemprego e colocou a competitividade a qualquer custo
como única alternativa de sobrevivência. Esta conjuntura gera insegurança,
ressentimento e violência. Com o gradativo desmonte do Estado de bem-estar
social por parte dos governos social-democratas, os quais até agora se
apresentaram como alternativa contra os partidos de direita, a população ficou
desorientada, especialmente os desempregados, trabalhadores e jovens. Se,
nestas circunstâncias, as alianças de “centro-esquerda” ainda estão sem
perspectiva e não oferecem uma clara linha e alternativas políticas, abre-se o
espaço aos velhos charlatões políticos. A extrema direita procura enfocar os
problemas dos países que afetam diretamente a maioria da população e propõe
soluções simples e discriminadoras, mas que exercem um forte poder de atração.
É, por exemplo, mais fácil responsabilizar os estrangeiros pelo desemprego,
pela criminalidade e pela insegurança, do que entender as complexas razões dos
problemas. As soluções apresentadas são, então, também bem simples e conduzem à
xenofobia, quando os estrangeiros são tratados como concorrência indesejada.
Mas,
a xenofobia expõe os países europeus a uma séria contradição econômica. Por
causa do baixo índice de natalidade e da crescente expectativa de vida da
população, existe a tendência de que a Europa venha a ser a sociedade mais
idosa do mundo. Nesta perspectiva, conforme um estudo da ONU (Organização das
Nações Unidas), publicado em 2000, 1,5 milhão de estrangeiros teriam de imigrar
para a Europa por ano, somente para sustentar o atual número de pessoas em
idade de trabalho até 2050. Para manter constante a proporção entre
trabalhadores e pensionistas, seriam necessários 13,5 milhões de imigrantes por
ano.
As
evidências demonstram o absurdo e a contradição da xenofobia na Europa, quando
a extrema-direita, com seu discurso nacionalista, se coloca contra os próprios
interesses de seus países. Pode ser também que, em função da sua
superficilidade, a ideologia do racismo seja tão difícil de ser combatida.
Quando os interesses particulares das pessoas são manipulados de tal forma, que
o passado não tenha mais sentido e que as perspectivas racionais de futuro
sejam concebidas como inalcansáveis, operam idéias que nem sequer mais eram
levadas a sério.
Revista
época
Lyon em chamas
Os conflitos na França
deixaram a periferia das grandes cidades e atingiram, esta noite, o centro
histórico de Lyon. É o que mostra o correspondente João Pedro Paes Leme.
Pela primeira vez desde
que os tumultos começaram, o centro de uma cidade virou cenário da violência
urbana. Foi hoje à noite, em Lyon, segunda cidade mais importante da França.
Mesmo com o toque de
recolher imposto pelas autoridades, os jovens enfrentaram a polícia no centro
histórico, e os policiais foram obrigados a usar gás lacrimogênio.
As ruas de Paris
amanheceram fortemente vigiadas. Três mil homens, entre policiais e soldados do
Exército, foram designados para reforçar a proteção dos principais pontos turísticos
da capital francesa.
O serviço de
inteligência da França interceptou milhares de mensagens enviadas pela internet
e por telefones celulares em que gangues do subúrbio planejavam invadir Paris à
noite.
O chefe nacional de
Polícia, Michel Gaudin, disse que as autoridades policiais estão tomando
medidas preventivas para evitar a continuação do período de tumultos.
Na noite passada, a
periferia da capital viu o número de incidente reduzir bastante: 86 carros
foram queimados, contra quase 500 da sexta-feira anterior.
Os distúrbios foram mais
intensos no interior da França. Em Toulouse, no Sudoeste do país, dezenas de
carros foram incendiados. As gangues locais de jovens têm desafiado a polícia
nos últimos dias.
Mesmo usando
helicópteros para vigiar os subúrbios, os policiais não conseguem o controle da
situação.
Pelo balanço oficial,
502 carros foram queimados em todo o país. Mas o fogo encontrou outro alvo:
dois coquetéis Molotov atingiram uma mesquita, em Carpentras, no sul da França.
A polícia não confirmou se o ataque tem relação com a onda de violência das
últimas duas semanas. As autoridades também não querem ligar a ação a
extremistas religiosos.
A cada oito cidadãos
franceses, um é muçulmano. Hoje o presidente Jacques Chirac se manifestou imediatamente
depois do ataque à mesquita. Ele considerou o ato inadmissível. A França teme
que a violência urbana se torne também um conflito religioso.
Jornal
Nacional, Rede Globo
IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL
Desde o inicio
do século XIX até 1970, mais de 5 milhões de imigrantes se instalaram no
Brasil, notadamente no Centro-Sul.
Breve
histórico
Entrada
de indivíduos num país estrangeiro para nele morar. No Brasil, as ondas
imigratórias de maior dimensão são patrocinadas pelo governo com o objetivo de
importar para o país trabalhadores aptos a substituir os escravos na agricultura e a exercer tarefas
necessárias à industrialização e ao desenvolvimento econômico. O movimento
cresce a partir das décadas de 1870 e 1880 e se estende até meados do século
XX. É uma imigração de origem predominantemente européia. Depois do tráfico de
escravos africanos, passa a ser a grande fonte de fornecimento de mão-de-obra
para a economia brasileira. A onda imigratória iniciada no século XIX deságua
no país cerca de 4 milhões de trabalhadores europeus e asiáticos. Em sua
bagagem, os europeus trazem para o país as idéias anarquistas e socialistas,
que são importantes para a organização e desenvolvimento do movimento operário
brasileiro.
As
Primeiras imigrações para o Brasil resultaram das primeiras experiências no
sentido de substituir a força de trabalho escrava por imigrantes europeus
começam a partir de 1819, com a instalação de colonos suíços na região de Nova
Friburgo, no Rio de Janeiro. O movimento imigratório se intensifica na segunda
metade do século XIX, com a expansão cafeeira na região Sudeste do país e a
escassez de escravos provocada pela extinção do tráfico, em 1850.
Depois
de algumas medidas tomadas por grandes fazendeiros de café, que contratam
estrangeiros para trabalhar em suas terras, os governos provinciais da região
seguem o exemplo da iniciativa privada e desenvolvem programas de incentivo à
imigração.
Essa atitude leva o Império
a formular uma política oficial de imigração. Representantes do imperador
brasileiro atuam junto a companhias internacionais de colonização sediadas em
diversas capitais e cidades européias. Com isso, estabelece-se um fluxo regular
de chegada de estrangeiros aos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais, tradicionais zonas cafeeiras, e também ao Espírito Santo, onde são
instaladas áreas pioneiras de cultivo de café. Além da preocupação em obter
mão-de-obra para a agricultura, há também o interesse em atrair população
branca para o país, a fim de reduzir proporcionalmente o número de negros e
mestiços no Brasil.
Para
a colonização da região sul do país, O governo também incentiva a imigração
estrangeira para as províncias do Sul do país, que se tornam estratégicas
depois da guerra do Paraguai. No caso, o objetivo é menos o de substituir a
mão-de-obra escrava do que o de povoar certas áreas críticas de densidade
demográfica muito baixa. Até a Proclamação da República (1889), mais de 1,5
milhão de imigrantes portugueses, espanhóis, italianos, alemães e eslavos,
entre outros, chegam ao Brasil. A maioria vai para as plantações de café do
Sudeste, mas muitos se dirigem às colônias do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
PRINCIPAIS NACIONALIDADES E PERÍODOS
- Período Alemão (1850-1871)
Instalações de pequenos colonos em
santa Catarina e Rio grande do Sul, com desenvolvimento de policulturas e
cultivo de trigos e o surgimento de núcleos de povoamento em santa Catarina
(Joinvile, Blumenau, Brusque) e o Rio Grande do Sul (Gramado, Canela, Novo
Hamburgo).
- Período Ítalo-eslavo (1871-1886)
- Eslavos pequenos proprietários dedicados à
extração de madeira no Paraná.
- Italianos pequenos colonos dedicados, principalmen-te,
ao cultivo de uva e produção de vinho no Rio Grande do Sul, originando
importantes cidades como, Bento Gonçalves, Caxias do sul, Garibaldi.
- Período Italiano
(1887-1914)
- Assalariado da cafeicultura de São Paulo e operários
nos primeiros núcleos industriais paulistas.
- Período japonês (1920-1934)
- Pequenos proprietários, cultivando chá, banana e
hortaliças em São Paulo e Norte do Paraná.
- Assalariados da cafeicultura em São Paulo.
- Pequenos proprietários, cultivando pimenta-do-reino e
juta na Amazônia. .
AS MIGRAÇÕES INTERNAS
Os casos mais
importantes são:
- Migração pendulares ou Diárias
Típica
dos grandes centros urbanos industriais e áreas metropolitanas, onde
diariamente uma grande massa de trabalhadores desloca-se dos subúrbios ou
cidades satélites para as áreas de produção e de serviços urbanos, regressando
às suas casas no fim do dia.
- Migração Sazonais (Transumância)
São
aquelas realizadas regularmente durante uma estação climática ou período de
safra,.
-
Nomadismo
Sistema
de vida de certos povos, caracterizado pela inexistência de habitação fixa e
pelo deslocamento permanente ou periódico de toda a população.Esse tipo de
migração ocorre, principalmente em desertos, como é o caso do Saara e na Ásia
central-ocidental.
- No Brasil,
temos exemplos típicos, entre eles “Habitantes das sub-regiões do Agreste e do
Sertão Nordestino, deslocam-se para a Zona da Mata, durante o corte e a
colheita de cana-de-açúcar. Terminado o serviço, retorna ao lugar de origem.
Esse migrante é conhecido como “Corumba”.
Êxodo Rural
A migração
campo-cidade é um processo universal na atualidade, em que populações rurais transferem-se
para as cidades na busca de empregos e melhores condições de vida.
Características Do Êxodo Rural
No mundo desenvolvido:
- Fatores de repulsão liberação de mão-de-obra por conta
da modernização do campo (mecanização).
- Fatores de atração maiores oportunidades de ofertas de
empregos urbanos.
- Conseqüências processo de urbanização integrado e
ampliação dos setores secundário e terciário.
No mundo subdesenvolvido:
- Fatores de repulsão pressão demográfica no campo devido
às péssimas condições de vida resultante da concentração da terra.
- Fatores de atração estão ligadas ao fascínio que as
grandes cidades exercem sobre o homem do campo, na busca de uma vida melhor.
- Conseqüências crescimento urbano anômalo levando a
ampliação do desemprego e do subemprego no terciário e a formação do cinturão
marginal (favelas).
No Brasil, a
modernização da sociedade brasileira, a partir de 1950, com intensificação da
industrialização, atraíram milhões de brasileiros do campo, pressionados pelas
péssimas condições de vida, para as grandes cidades. Como os setores dos
serviços essenciais à população nas cidades, não cresceram na mesma proporção,
elas se transformaram em um espaço com graves problemas urbanos.